O ex-ministro das Finanças de São Tomé e Príncipe, Américo Ramos, ficou em prisão preventiva, após audiência no tribunal de primeira instância, na sequência da sua detenção pela Polícia Judiciária.
Américo Ramos, ministro das Finanças do anterior Governo são-tomense, liderado por Patrice Trovoada (partido Ação Democrática Independente, atualmente na oposição), e atual assessor do presidente da República, Evaristo Carvalho, foi detido na quarta-feira pela PJ.
Na sessão em tribunal, esta quinta-feira, o Ministério Público (MP) "defendeu, junto do juiz, que os atos praticados [a detenção de Américo Ramos] não foram pedidos" por este órgão, pelo que "não são válidos", disse à Lusa fonte do MP.
"O MP tem o processo-crime a decorrer, mas não delegou o processo em nenhum órgão da polícia criminal", indicou a mesma fonte.
"Esta atuação da Polícia Judiciária é manifestamente ilegal, inconstitucional e atentatória dos direitos, liberdades e garantias do meu constituinte", afirmou Celisa Deus Lima, advogada do ex-governante, em declarações à Lusa, garantindo: "Vamos reagir veementemente".
Enquanto decorria a sessão no tribunal na capital são-tomense, no exterior do edifício concentravam-se cerca de 30 militantes do ADI, que se indignaram quando a advogada do ex-governante saiu das instalações e deu a entender que o seu constituinte iria permanecer detido.
Os militantes insultaram e ameaçaram os jornalistas que se encontravam no local e apedrejaram uma viatura da televisão pública são-tomense (TVS).