Quase 900 mil doses da vacina contra a cólera chegaram esta terça-feira à Beira, para que se possa iniciar "em breve" a campanha de vacinação às populações da província de Sofala, no centro de Moçambique, afetadas pelo ciclone Idai.
As vacinas foram reunidas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou a UNICEF em comunicado, indicando que "a campanha de vacinação começará em breve".
Em declarações aos jornalistas, as autoridades de saúde moçambicanas indicaram que a distribuição das vacinas deverá arrancar esta quarta-feira na cidade da Beira e em distritos estratégicos onde se prevê que haja maior número de ocorrências, como Buzi, Dondo, Nhamatanda e Mutua, um processo que estará sob gestão do Ministério da saúde.
O diretor nacional de Assistência Médica de Moçambique, Ussene Isse, afirmou ainda que além dos postos de saúde, a equipa vai escalar pontos estratégicos com maior concentração de pessoas como mercados, escolas, quartéis para a realização das vacinas. Desta ação espera-se que sejam administradas vacinas a 884 mil pessoas.
Duas pessoas - uma na Beira e outra no Dondo - morreram desde domingo devido à cólera, que, segundo as autoridades moçambicanas, afeta 1.428 pessoas, a maioria na Beira.
A cólera é uma doença diarreica aguda que pode matar em poucas horas se não for tratada. É em grande parte causada pela ingestão de alimentos e água contaminados.
O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Maláui e o Zimbabué a 14 de março.
O número de mortos provocados em Moçambique pelo ciclone Idai e pelas cheias que se seguiram subiu para 598, anunciaram as autoridades.
O número de pessoas afetadas pelo ciclone Idai em Moçambique subiu, relativamente ao último balanço oficial, do dia anterior, de 843.723 para 967.014.
O grupo de pessoas afetadas inclui todas aquelas que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência.
As autoridades atualizaram também o número de casas totalmente destruídas que ascende agora a 62.153, 34.139 parcialmente destruídas e 15.784 inundadas, sendo que a maioria são habitações de construção precária.