Em 2017, foram realizadas 15 492 interrupções de gravidez. É o valor mais baixo desde que o aborto foi legalizado em Portugal. Face a 2016, representa um decréscimo de 3%, com menos 467 abortos. Para especialistas ouvidos pelo JN, é a evolução expectável depois do pico registado no início da década. Alertando, no entanto, para a possibilidade de algum subregisto.
De acordo com os dados do gabinete de estatísticas europeu, 45% das interrupções de gravidez foram realizadas, no ano em análise, por mulheres com idades entre os 20 e os 29 anos. Sendo que foi na faixa dos 15-19 anos (que responde por 9,3% do total) que se verificou a maior quebra: menos 10% (1438 abortos). Em sentido inverso, e apesar de pouco expressivo em termos absolutos, a maior subida verificou-se na faixa etária 45-49 anos, com as interrupções de gravidez a dispararem 146% para as 118.
As estatísticas do Eurostat permitem ainda perceber que 56% dos abortos foram realizados por mulheres que já eram mães, sobretudo com mais de 30 anos de idade. Deste universo, 29% tinham já um filho e 21% dois filhos quando realizaram a interrupção de gravidez.