Rui Pinto teme o regresso a Portugal. Até disse à juíza do Tribunal de Budapeste (Hungria) que decretou na terça-feira a sua extradição que se trata de uma questão de "vida ou de morte". Mas as autoridades nacionais vão garantir a proteção pessoal ao pirata informático, que até pode vir a beneficiar de um programa especial de proteção no nosso país.
Apresentando-se como o denunciante do caso Football Leaks, que tornou públicos "pobres" do futebol europeu, Rui Pinto diz ser um "alvo a abater" e recusa confiar na Justiça portuguesa, que diz ser incapaz de investigar a "máfia do futebol". Deu como exemplo os casos de que é alvo o Benfica, mas também disparou contra o F. C. Porto, onde - disse - podem ter ocorrido desvios de dinheiro.
"Isto é uma questão de vida ou de morte e peço que não me envie para Portugal. Infelizmente não posso confiar nas autoridades portuguesas. Já deram provas de que, em casos relacionados com o futebol, são completamente parciais". Foi com estes apelos que Rui Pinto, o gaiense detido na Hungria a pedido das autoridades portuguesas por suspeitas de seis crimes informáticos e tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, tentou sensibilizar a juíza do Tribunal Metropolitano de Budapeste para evitar a extradição. Mas a magistrada recusou os argumentos. Entendeu que Portugal é um país da União Europeia suficientemente seguro para cuidar dos seus arguidos e com o qual os acordos de extradição devem ser respeitados.