O Presidente da República admitiu, na terça-feira, que ficou "satisfeito" com um eventual adiamento do processo de saída o Reino Unido da União Europeia, contribuindo para uma "reflexão serena" de um tema muito importante para a Europa.
"Não escondo que fiquei satisfeito, porque isso permite, por um lado, que as eleições possam realizar-se, se vier a concretizar, também no Reino Unido", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado falava aos jornalistas após a sessão de lançamento do Prémio Firma & Futuro, no 'campus' da Nova 'School of Business & Economics', em Carcavelos, concelho de Cascais, distrito de Lisboa.
"Em segundo lugar permite mais tempo para uma reflexão serena acerca de um tema que realmente podia causar, e todos sabemos que causaria, imensos problemas de toda a ordem na União Europeia e no Reino Unido", frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa recusou que o atual clima de protestos no país possa prejudicar a campanha para o Parlamento Europeu, no dia em que anunciou oficialmente a sua realização em 26 de maio.
"É evidente que a nível europeu há assuntos muito importantes para o futuro da Europa e para o futuro de Portugal", notou o Presidente da República, apontando o exemplo das recentes posições do líder do Partido Trabalhista e da primeira-ministra britânica admitindo "a eventualidade de um adiamento de uma saída do Reino Unido da União Europeia".
O parlamento britânico poderá escolher entre sair da União Europeia (UE) ou pedir um adiamento da data do Brexit se o acordo que o Governo apresentar nas próximas semanas for rejeitado, prometeu hoje a primeira-ministra britânica.
Theresa May reiterou que o chamado "voto significativo" será repetido até 12 de março e que, se o texto submetido for chumbado, os deputados poderão decidir se o calendário de saída do Reino Unido da UE se mantém ou é pedida uma "extensão curta e limitada" para além de 29 de março.
Já o partido Trabalhista quer um referendo ao Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia, mesmo que este seja aprovado pelo parlamento, defendeu hoje o líder do maior partido da oposição, Jeremy Corbyn