Mais de cem enfermeiros concentraram-se, este sábado à noite, em frente ao Hospital de S. João e outros tantos em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, para vigílias em defesa da classe.
A iniciativa nacional, convocada pelo Movimento Nacional de Enfermeiros, ocorre em várias cidades do país e acontece no dia em que o primeiro-ministro revelou que o Governo está disposto a chegar a acordo com os enfermeiros sobre a "revisão da carreira", assim como "procurar corrigir" algumas injustiças da anterior eliminação das categorias.
No Porto, junto ao Hospital de S. João, participaram na vigília cerca de 120 enfermeiros. Pelas 21.30 horas, a concentração decorria de forma calma, com velas no chão, e sem recurso a cartazes ou palavras de ordem.
Em Lisboa, onde estiveram presentes representantes do Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor), cerca de uma centena de enfermeiros uniu-se em redor de um cartaz com a inscrição "Não temos medo", junto do qual foram acendidas várias velas.
A porta-voz do Movimento Nacional dos Enfermeiros, Sónia Viegas, sublinhou que a vigília serve para dizer que os enfermeiros "não vão baixar os braços", porque a "proposta imposta aos enfermeiros não satisfaz a classe".
O dirigente do Sindepor Luís Mós disse à agência Lusa que vê com bons olhos, ainda que com cautelas, as recentes declarações de António Costa. E esclareceu que a atual greve dos enfermeiros decretada por este sindicato irá manter-se até ao dia 28. Caso, nas novas negociações, não haja acordo, haverá novas formas de luta, disse o sindicalista.
Na sexta-feira, o Governo revelou que prevê retomar até aos primeiros dias de março as reuniões negociais com as estruturas sindicais dos enfermeiros.
O reatamento das negociações foi anunciado depois de o Conselho de Ministros ter decretado, a 7 de fevereiro, uma requisição civil na greve dos enfermeiros em curso desde 31 de janeiro nos blocos operatórios de quatro centros hospitalares, alegando incumprimento dos serviços mínimos.