51% dos presidentes de câmara defendem eleições diretas para as duas áreas metropolitanas, mas não querem o mesmo para as comunidades intermunicipais.
A grande maioria dos autarcas (84%) defende a criação de regiões administrativas com órgãos eleitos diretamente e 77% querem a regionalização a curto prazo. Há um forte consenso nacional em torno de um novo modelo de organização política, com acolhimento maioritário em todos os partidos e em todas as regiões.
O inquérito sobre a organização do Estado e as competências dos municípios, dirigido aos presidentes de câmara do país e realizado pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), sob coordenação do investigador Raul Lopes, conclui que a regionalização é ambicionada pela totalidade dos autarcas do PCP, por 85% dos socialistas e 67% dos sociais-democratas e centristas. Olhando para o país, 80% dos autarcas do interior que responderam ao inquérito desejam a implementação de regiões administrativas a curto prazo. O mesmo ambicionam 75% dos autarcas do litoral e 70% dos presidentes de câmaras nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
Dias depois de um grupo de autarcas do Norte ter assumido uma posição pública de reivindicação da regionalização já na próxima legislatura, este estudo mostra que a causa une o poder autárquico. "Quatro quintos dos autarcas defendem indiscutivelmente a regionalização, ao mesmo tempo que advogam um reforço das áreas metropolitanas e das comunidades intermunicipais [CIM]", sublinha Raul Lopes ao JN, destacando o facto de os presidentes preconizarem soluções distintas para as áreas metropolitanas e as CIM.