A diretora da Escola Secundária de Santa Maria da Feira, Lucinda Ferreira, disse ao JN que o debate promovido pelo aluno Eduardo Couto, a partir de um momento que "por acaso aconteceu na sala de aula", é a prova de que a escola está a formar jovens com espírito crítico.
Do desentendimento com a professora sobre a correção de um exercício, num teste de inglês, em que se pedia para atribuir acessórios ao género masculino ou feminino, o aluno trouxe a público uma discussão sobre igualdade de género. Segundo Lucinda, nem o aluno nem a docente em causa expuseram o problema à direção, pelo que a escola não tomará qualquer medida. "A situação promoveu o debate entre professora e aluno. Mas como nenhum dos dois veio pedir a minha intervenção, não vou falar em função do diz que disse. Oficialmente, o aluno não abordou a direção", refere.
Sobre a questão do teste, à qual o jovem do 11º ano do Curso Profissional de Técnico Comercial respondeu que todos os acessórios se atribuíam aos dois géneros - nomeadamente uma mala de mão ou um colar - e cujas respostas foram assinaladas como erradas pela docente, a diretora adiantou: "A turma é de comércio e é obrigação da professora adaptar as perguntas e vocabulário à área de formação. Não sei o contexto da questão do teste e não vou tomar posição sobre questões pedagógicas". Lucinda referiu ainda que "se fosse uma coisa realmente grave, interviria". "Mas o próprio Eduardo diz que somos um estabelecimento progressista e sei que se fosse caso disso, teria vindo ter comigo".
A diretora do estabelecimento de ensino garante ainda que não foi contactada pelo Ministério da Educação e elogia a atitude de Eduardo ao promover a discussão pública. "O Eduardo aproveitou o momento da aula para promover o debate. A nossa preocupação é preparar os alunos para a vida. E esta é a prova de que estamos a formar bem os nossos alunos".