A taxa de abandono escolar precoce em Portugal situou-se nos 11,8%, em 2018, segundo revela o Instituto Nacional de Estatística, INE. É o valor mais baixo que se conhece. Em 2011, era 23%; em 2013, 18,9%; em 2015, 13,7%. Em 2017, 12,6%. Ministério e professores mostram-se satisfeitos.
O Ministério da Educação congratula-se com o resultado e esta nova descida. Em comunicado, considera que o feito se deve "a todos os que trabalham diariamente nas escolas, comprometidos com o desígnio de construção de uma escola inclusiva, que garante acesso à educação e ao sucesso educativo". Destaca entre as medidas tomadas durante esta legislatura o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, que implica o envolvimento dos agrupamentos de escolas e autarquias, centrado no trabalho em sala de aula e na deteção precoce de dificuldades e o Apoio Tutorial Específico, destinado a alunos em situação de insucesso e em risco de abandono.
Filinto Lima, por seu lado, enaltece, o papel dos professores neste trabalho de combate ao abandono. "Se quiserem galardoar alguém, devem galardoar os professores". O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, ANDAEP, explica que o Apoio Tutorial Específico, por exemplo, "reforçou esta estratégia", mas que antes "também se faziam tutorias na maioria das escolas, recorrendo aos professores, embora estas não fizessem parte do seu tempo letivo".
Outro contributo que lhe parece determinante é a maior presença de psicólogos nas escolas. "Esse investimento dos psicólogos nas escolas, que começou ainda com Nuno Crato, tem ajudado muito os alunos", declara. "Neste momento, existe um racio de um psicólogo para 1200 alunos, quando ainda há poucos anos era de 1 para 1500. Ainda não é o ideal, mas tem feito diferença".
Acrescenta ainda que este resultado, "que é perceptível nas escolas" e por vários diretores com quem tem falado sobre este assunto, não se fez num dia. "Traduz um trabalho contínuo, não é um resultado de um ou dois anos".
A taxa do abandono escolar traduz, de forma simplificada, a proporção de jovens entre os 18 e os 24 anos que frequentou o ensino até ao terceiro ciclo mas não recebeu nenhum tipo de educação escolar na semana de referência ou nas três semanas anteriores. E o valor é calculado tendo como referência estimativas da população induzidas dos indicadores do Censos 2011.