O Governo exige que as 20 empresas gestoras das 52 maiores estações de tratamento de águas residuais (ETAR) do país reaproveitem 10% dos efluentes que produzem até 2025 e 20% até 2030. Essa reutilização terá de começar obrigatoriamente a partir de 2020, vendendo a água residual tratada a preços baixos a quem quiser usá-la.
As finalidades são diversas: limpeza de ruas, de grafites, de contentores do lixo, de frotas de camionetas, de comboios ou de carros, abastecimento de sistemas de refrigeração e rega de jardins, de campos de golfe e até de produtos hortícolas. Quem trocar a água da companhia pelos efluentes residuais tratados terá uma redução significativa na fatura da água, pois o preço será muito mais baixo. Os consumidores domésticos também beneficiarão desse desconto, quando os autoclismos das casas novas ou reabilitadas passarem a ser abastecidos por água residual tratada.
O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, apresenta hoje a estratégia nacional para as águas residuais tratadas e o projeto legislativo que estabelece quatro níveis de tratamento. "A ideia é adequar o nível de sofisticação à utilização e ao risco implícito", indica. Na prática, a exigência do tratamento adequar-se-á à finalidade do efluente. Se for para limpar ruas, não terá de ser tão sofisticado. Para a rega de hortícolas, a exigência será idêntica à do tratamento da água para o consumo humano.