O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta segunda-feira na Lousã uma mobilização permanente do Governo e dos cidadãos face aos riscos de incêndio em Portugal.
"Nunca podemos estar descansados em relação aos riscos de incêndio que existem", disse António Costa, frisando que as alterações climáticas vieram agravar nos últimos anos as condições de proteção da floresta portuguesa, bem como das populações.
Por isso, o Governo preconiza um reforço das ações de prevenção e vigilância, sobretudo durante o inverno, para melhorar as intervenções ao nível do combate dos fogos.
"Há um problema global de alterações climáticas que agravou" as condições de eclosão de fogos em Portugal, onde a desertificação dos territórios do interior e o desordenamento florestal já propiciavam a ocorrência de incêndios, disse o primeiro-ministro.
António Costa falava na Lousã, no final de uma reunião com vários membros do Governo, que antecedeu a instalação da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF), no Centro de Operações e Técnicas Florestais (COTF), na Chã do Freixo.
Tem havido, especialmente desde 2006, "uma distração que não pode voltar a haver" relativamente à floresta e ao problema dos incêndios, preconizou.
António Costa, que apresentava a AGIF e respondia a perguntas dos jornalistas no final da reunião no COTF, estava acompanhado dos ministros da Administração Interna e da Agricultura, Eduardo Cabrita e Luís Capoulas Santos, respetivamente, e de Tiago Oliveira, responsável máximo da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais.
A AGIF, com sede na Lousã, irá dispor de 18 funcionários, distribuídos por outras tantas comunidades intermunicipais de Portugal Continental.
António Costa salientou que, para este ano, o Governo reservou 360 milhões de euros para ações de prevenção, vigilância e combate a incêndios, dos quais cerca de 158 milhões de euros são para prevenção.
No dia 25, arranca a "campanha de informação e alerta", designada "Portugal chama!", disse o primeiro-ministro.
Durante a tarde, ainda no mesmo concelho do distrito de Coimbra, o primeiro-ministro irá visitar a EFAPEL e presidir à cerimónia de inauguração de um novo edifício desta empresa de material elétrico, que funciona há 40 anos na freguesia de Serpins.
As novas instalações fabris representam um investimento superior a 8,6 milhões de euros, com um financiamento da União Europeia que ronda os quatro milhões de euros.
Em comunicado, a Câmara Municipal da Lousã, presidida por Luís Antunes, salienta que esta expansão da unidade fabril vem "criar condições físicas para a inovação organizacional projetada e para o aumento da capacidade da empresa", que emprega mais de 370 trabalhadores e exporta para mais de 50 países.
A escolha da Lousã para acolher a AGIF "é uma medida concreta de valorização do interior, através da descentralização de um órgão com esta importância", além de reconhecer as "condições de excelência" do concelho para acolher instituições com "um papel fundamental na gestão e ordenamento da floresta e na gestão dos incêndios rurais".
Atualmente integrado no Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o COTF situa-se junto ao aeródromo municipal da Chã do Freixo, nos arredores da vila, onde também estão localizados o Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais, liderado pelo professor Xavier Viegas, da Universidade de Coimbra, e o Centro de Meios Aéreos, que conta uma presença permanente do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR.