A antiga ministra da Saúde e presidente da Comissão de Revisão de Lei de Bases da Saúde diz que esperava um "convite personalizado" para a apresentação da Lei de Bases da Saúde.
Maria de Belém foi convidada, em fevereiro, pelo ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para presidir à Comissão de Revisão de Lei de Bases da Saúde, tendo entregado a sua proposta de revisão em setembro, quando se assinalaram os 40 anos do SNS.
Esta quinta-feira, depois de um adiamento na semana passada, o Governo aprovou em Conselho de Ministros a proposta de Lei de Bases da Saúde, que será agora submetida à Assembleia da República, tendo a agora ministra Marta Temido feito uma apresentação pública no Centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa.
Na ocasião, foi notada a ausência de Maria de Belém, facto que a atual ministra da Saúde desvalorizou, preferindo elogiar o trabalho realizado pela comissão e garantindo que "o espírito da proposta está perfeitamente respeitado" na proposta de lei e que estão "totalmente alinhados" com os peritos.
Esta noite, em entrevista à SIC Notícias, Maria de Belém explicou que não compareceu porque tinha um outro compromisso á mesma hora, mas aproveitou para lamentar ter sido convidada para a cerimónia, há apenas dois dias, através de um contacto da Secretaria-Geral do Ministério da Saúde e não através do gabinete da ministra.
"Justificaria um convite personalizado", disse Maria de Belém, dando claramente a entender que não gostou de não ter recebido um telefonema de Marta Temido para estar presente na ocasião. Quanto à proposta de lei do Governo, de que só teve conhecimento esta noite, parece-lhe ser "técnica", ao contrário da sua proposta que tinha "filosofia". E notou que das 59 propostas que foram feitas, o Governo só terá acolhido 28, dizendo esperar que a proposta da comissão seja mantida pública.