GNR e autoridades judiciais estão no local. Segurança Social regressa a Paredes um mês depois de ter transferido 30 utentes para outras entidades.
A Segurança Social está a retirar os utentes que permaneciam na Casa do Gaiato, situada em Beire, Paredes. A operação que teve início na manhã desta quinta-feira conta com a participação dos técnicos da Segurança Social, mas também de elementos da GNR e de autoridades judiciais.
Esta é segunda vez que a Segurança Social marca presença no Calvário, instituição criada pelo padre Américo e vocacionada para doentes físicos e mentais sem condições de subsistência, depois de, a 7 de novembro, cerca de 30 utentes terem sido transferidos para outras entidades.
Nessa ocasião, os utentes, assim como os responsáveis da Casa do Gaiato, foram apanhados de surpresa. Também os familiares dos doentes mostraram-se revoltados por não terem sido informados dos locais para onde aqueles tinham sido levados e a contestação levou a que a operação da Segurança Social fosse suspensa e alguns dos doentes continuassem a viver numa quinta, onde várias habitações estão rodeadas por campos agrícolas.
"Equipamento social ilegal"
Na manhã desta quinta-feira, porém, os técnicos da Segurança Social regressaram a Paredes e estão a retirar do local os utentes que aí permaneciam. Em comunicado, a Segurança Social justifica a intervenção com o facto de a instituição de Beire ser "um equipamento social ilegal, porque não é licenciado". Acrescenta que "as precárias condições de instalação" encontradas aquando da ação de fiscalização realizada em 7 de novembro esteve na origem da decisão de retirada dos utentes. "Quartos e casas de banho sem as condições de higiene e salubridade, utentes a dormir em camaratas sem aquecimento, bem como as irregulares condições de funcionamento das respostas, com um quadro de pessoal deficitário, sem pessoal especializado para as problemáticas dos utentes ali acolhidos, utentes impedidos de se deslocarem aos respetivos médicos de família, entre outros aspetos, determinaram que fosse tomada a decisão de encerramento imediato do estabelecimento, com caráter de urgência", explica.
A Segurança Social refere que, logo em novembro, "comunicada a intenção de encerramento ao responsável pelo equipamento, as equipas presentes deram início aos procedimentos necessários, retirando os utentes e levando-os para estabelecimentos devidamente licenciados, até que o responsável da instituição impediu a continuação do procedimento", o que levou a que fosse "solicitado junto do Ministério Público, titular do inquérito em curso, a emissão de mandado de busca".
Já com autorização judicial, a Segurança Social adianta que está, neste momento e com a colaboração das forças de segurança, judiciais e de saúde, a dar "seguimento ao procedimento de encerramento da Casa de Beire, de forma a avaliar os utentes que permaneceram naquelas instalações, afastando-os quando se justifique, do perigo em que se encontravam, e encaminhando-os para estabelecimentos devidamente licenciados e em condições de prestar todos os cuidados de saúde, higiene, conforto e bem-estar que a situação de cada um exige".
A Segurança Social está a retirar os utentes que permaneciam na Casa do Gaiato, situada em Beire, Paredes. A operação que teve início na manhã desta quinta-feira conta com a participação dos técnicos da Segurança Social, mas também de elementos da GNR e de autoridades judiciais.
Esta é segunda vez que a Segurança Social marca presença no Calvário, instituição criada pelo padre Américo e vocacionada para doentes mentais sem condições de subsistência, depois de, a 7 de novembro, cerca de 30 utentes terem sido transferidos para outras entidades.