As campanhas para as eleições intercalares desta terça-feira nos Estados Unidos foram contaminadas pelos acontecimentos à volta de uma Presidência de Trump que também ali será avaliada.
Os acontecimentos parecem ter feito descarrilar muita da estratégia de campanha dos Republicanos e dos Democratas, nas eleições intercalares dos Estados Unidos em que os eleitores serão chamados para escolher membros da câmara dos representantes (câmara baixa), senadores e governadores em 36 Estados.
Estas eleições são particularmente importantes porque podem permitir uma alteração radical de forças entre os dois partidos no Capitólio.
Neste momento, os Republicanos controlam a Câmara de Representantes e o Senado, com uma margem confortável na câmara baixa (235 congressistas contra 193 congressistas Democratas) e com uma margem curta a câmara alta (51 contra 47 senadores Democratas e dois independentes).
Mas as sondagens indicam que o Partido Democrata deverá recuperar o controlo da Câmara dos Representantes, bem como ganhar entre seis e dez governos estaduais, apesar de não conseguir eliminar o controlo Republicano do Senado.
A maioria na câmara baixa permitirá aos Democratas procurar dificultar a vida política de Donald Trump, podendo, por exemplo, iniciar um processo de "impeachment" (destituição), por suspeitas de conluio com uma alegada interferência russas nas eleições presidenciais e obstrução à justiça, ou obstaculizar a agenda legislativa Republicana, em particular na área fiscal.
Ainda assim, se os Republicanos mantiverem a maioria no Senado (como indicam as sondagens), a influência Democrata será sempre limitada e circunscrita a um mais aceso debate político.
Mas os assessores de Donald Trump mostram-se sobretudo preocupados com os sinais de desgaste da popularidade do Presidente e com a perda de uma parte importante da sua base de apoio, essencial para acalentar as ambições de uma reeleição, dentro de dois anos.
Algumas corridas eleitorais - na Florida, na Califórnia, no Wisconsin ou no Texas, entre outras - revestem-se de especial interesse político, pelo significado que lhes é atribuído relativamente à perceção que os norte-americanos têm da Presidência de Donald Trump, mas também pela abordagem que o eleitorado faz de alguns dos temas centrais da vida nos EUA.