Merkel, renunciou a concorrer à reeleição como presidente da União Democrata Cristã (CDU), declarou um responsável do partido à agência de notícias francesa AFP, esta segunda-feira.
A BBC, citando fontes do partido, adianta que a sua decisão acontece depois da derrota da CDU nas eleições regionais.
"Ela não voltará a apresentar-se à presidência do partido", disse a fonte, sob anonimato, confirmando uma informação que foi publicada na revista Der Spiegel e no jornal Handelsblatt.
Segundo a imprensa, a chanceler Angela Merkel permanecerá no cargo de primeira-ministra da Alemanha.
Até agora, Angela Merkel sustentava que a liderança da CDU e da chancelaria eram duas posições que deveriam ser ocupadas pela mesma pessoa, enquanto o partido estivesse à frente do Governo, e havia declarado a sua intenção de concorrer à reeleição no congresso do seu partido em dezembro.
Os setores mais conservadores do partido mostraram-se insatisfeitos com a intenção de Merkel de se candidatar à reeleição, mas até agora não havia nenhuma candidatura contrária que tivesse peso político.
Agora, o ex-presidente do grupo parlamentar Friedrich Merz manifestou-se disposto a assumir a liderança "se o partido assim o quiser", de acordo com os meios de comunicação alemães.
Friedrich Merz é considerado um representante da ala conservadora do partido que abandonou a linha de frente da política depois de Merkel em 2002, como presidente da CDU, ter assumido assumiu a liderança da oposição ao último Governo de Gerhard Schröder.
Outra candidatura possível é a da atual secretária-geral da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, vista por muitos analistas como a sucessora designada por Angela Merkel.
Coligação de Merkel perde e extrema-direita entra no parlamento de Hesse
A eleição de domingo no estado central de Hesse viu tanto a conservadora União Democrata Cristã, de Merkel, quanto os social-democratas de centro-esquerda perderem terreno, enquanto houve ganhos para os Verdes e para a alternativa de extrema-direita para a Alemanha.
A CDU de Merkel conseguiu 27% dos votos no domingo e os social-democratas 19,8 %.
Na última eleição em Hesse, em 2013, no mesmo dia que Merkel, no auge de seu poder, ganhou um terceiro mandato como chanceler, os resultados foram 38,3 e 30,7%, respetivamente.
Foi o pior resultado na região para os social-democratas desde a Segunda Guerra Mundial.