O candidato de presidencial de extrema-direita, Jair Bolsonaro, anunciou que o Brasil permanecerá no Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, desde que o país tenha plena soberania sobre a Amazónia.
"Se alguém me escreve preto no branco" que não há questão do "triplo A, nem da independência de qualquer terra indígena, eu mantenho (o Brasil) no Acordo de Paris", referiu Jair Bolsonaro numa conferência de imprensa no Rio de Janeiro.
O triplo A, é um projeto de corredor ecológico transnacional dos Andes ao Oceano Atlântico que atravessa a Amazónia e prevê a criação de uma vasta zona de proteção ambiental, ligando parques naturais, reservas indígenas e áreas de biodiversidade natural.
A iniciativa, liderada por uma organização ambientalista e apoiada pelo ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos durante o seu mandato, não tem estrutura oficial no momento.
Com o triplo A, "136 milhões de hectares não estariam mais sob a nossa jurisdição, mas sob a jurisdição de outros países", uma vez que a Amazónia é "essencial para a sobrevivência da humanidade", sublinhou o candidato presidencial. "Podemos correr o risco de desistir da nossa Amazónia?", questionou Jair Bolsonaro.
Cerca de 60% da floresta amazónica está localizada no Brasil.
No início de setembro, Jair Bolsonaro já tinha ameaçado abandonar o Acordo Climático de Paris se fosse eleito e caso a "soberania nacional" estivesse envolvida.
O candidato da extrema-direita também sugeriu na quarta-feira que poderia reconsiderar uma das suas propostas mais controversas em termos de proteção ambiental - a fusão do Ministério do Meio Ambiente com a da Agricultura. "Estou aberto a negociações sobre isso", acrescentou.
Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) irão defrontar-se na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras no domingo, tendo cada um obtido 46% e 29% dos votos, respetivamente, em 07 de outubro.