O comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises reiterou hoje em Atenas que a União Europeia (UE) vai fazer tudo ao seu alcance para ajudar a Grécia a combater os incêndios que causaram, pelo menos, 79 mortos.
"Aqui, em Atenas, encontrei-me com o ministro [da Administração Interna] Nikos Toskas para trocarmos informações sobre os mais recentes desenvolvimentos. Reiterei que a UE continuará a mover todos os esforços para ajudar os cidadãos e as autoridades gregas nesta situação desoladora. Estamos nisto juntos", vincou Christos Stylianides.
O comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises deu conta da determinação europeia em combater os fogos que lavram em Atenas, sublinhando o papel do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, através do qual a UE conseguiu mobilizar "aviões, veículos, pessoal médico, e bombeiros" quer para a Grécia, quer para a Suécia.
"Tivemos mais ofertas na noite passada e agradecemos a todos os países que ofereceram a sua ajuda. Continua a ser prioritário ajudar os afetados durante o tempo que for necessário", concluiu.
Christos Stylianides, que viajou na tarde de terça-feira para Atenas, fez um ponto de situação da ajuda já recebida pela Grécia, indicando que Itália e Roménia enviaram dois aviões cada e que as forças terrestres cipriotas começaram a operar no terreno na terça-feira.
O comissário indicou ainda que Portugal -- que, na terça-feira, disponibilizou 50 bombeiros -, Espanha, Bulgária, Croácia, Malta e Montenegro também ofereceram ajuda através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, e que o sistema de emergência da UE de navegação por satélite "Copernicus" já foi ativado.
Stylianides irá encontrar-se hoje com o primeiro-ministro grego, Aléxis Tsipras, e com o líder da oposição, Kyriakos Mitsotakis, antes de visitar as zonas afetadas.
Os fogos de segunda-feira na Grécia, perto de Atenas, causaram, pelo menos, 79 mortos e quase duas centenas de feridos, alguns em estado crítico.
Mais de 1.500 casas foram afetadas e mais de 300 viaturas foram completamente destruídas pelas chamas, sobretudo em Mati, um dos bairros periféricos a norte de Rafina, onde muitos habitantes da capital têm segunda casa e onde passam férias de verão.
Em comunicado, a Comissão Europeia frisou também que continua a apoiar outros Estados-Membros que solicitaram ajuda, nomeadamente a Suécia, onde estão a operar sete aviões Canadair, sete helicópteros e 340 bombeiros com 60 veículos.
A Proteção Civil sueca anunciou na segunda-feira que estavam 27 fogos ativos por todo o país, quatro fora de controlo. Em certas regiões, não chove há já três meses, segundo as autoridades.
Mal equipada para o combate de incêndios desta magnitude, a Suécia pediu ajuda ao Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia. Oito Estados-membros -- Espanha, França, Alemanha, Itália, Portugal, Lituânia, Dinamarca, Polónia e Áustria -- responderam ao pedido de socorro lançado por Estocolmo.
Portugal enviou terça-feira dois aviões para a Suécia e a Força Aérea Portuguesa disponibilizou também um voo de apoio (C295), que transportará cerca de 700 quilos de equipamentos para apoio à operação dos meios aéreos.
A Suécia já pediu assistência a Bruxelas por duas vezes este verão para fazer face aos incêndios, que já queimaram mais de 20 mil hectares.