O presidente da Turquia ameaçou fazer regressar a pena de morte para "arrancar a cabeça" aos promotores do golpe militar falhado de há um ano, pelo qual culpa o religioso Fetullah Gulen, exilado nos Estados Unidos.
"Antes de mais, vamos arrancar a cabeça desses traidores", afirmou Recep Tayyip Erdogan, que discursava perante uma multidão de dezenas de milhares de pessoas que se concentrou em Istambul para assinalar o aniversário da tentativa de golpe.
MULTIDÃO RECORDA EM ISTAMBUL UM ANO DA TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO
Fetullah Gulen, que nega tudo, é acusado de orquestrar o golpe, que provocou confrontos em que morreram 250 pessoas e ficaram feridas mais de duas mil que resistiam aos sublevados, entre os quais também houve 35 baixas.
No local da manifestação, a Ponte dos Mártires de 15 de Julho, Erdogan afirmou que "não foi o primeiro e não será o último" golpe na Turquia e alertou que grupos terroristas vão atentar contra o país.
Por isso, afirmou que aprovaria o regresso da pena de morte ao país se o parlamento fizer uma lei para isso.
Erdogan relacionou os seguidores de Gulen com os curdos do PKK e o grupo terrorista Estado Islâmico, afirmando que servem uma causa comum.
Para os milhares de alegados golpistas feitos prisioneiros após o falhanço do golpe, defendeu que usem uniformes iguais "como em Guantanamo", aludindo à prisão militar em Cuba para onde os Estados Unidos levaram os detidos acusados de terrorismo.