A ministra da tutela impôs um tempo máximo de espera 40 minutos no controlo de passageiros, que não é cumprido
Longas e demoradas filas de espera - algumas de duas a três horas, segundo vários testemunhos ouvidos pelo DN - para passar o controlo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa, são o primeiro cartão de visita do país mostrado aos milhares de turistas que ali têm aterrado. A direção do SEF diz que são casos pontuais, mas quem trabalha no terreno diz que o número de funcionários é insuficiente face ao aumento exponencial de visitantes.
As operadoras turísticas já tinham alertado antes do início do verão para a falta de meios do SEF, evidente há vários meses. Com a chegada do verão e novos voos a entrar (EUA, Canadá, China, Togo, Costa do Marfim), o aumento de passageiros em mais de 20% em relação ao verão passado - uma tendência que se tem verificado nos últimos anos (ver infografia) - o cenário agravou-se. "A situação está muito pior", avança Acácio Pereira o presidente do Sindicato da Carreira de Inspeção e Fiscalização do SEF. Em maio último, numa conferência organizada por esta estrutura sindical, o já constatado caos nas chegadas do aeroporto Humberto Delgado foi tema de debate, com Francisco Calheiros, da Confederação do Turismo Português (CTP) a classificar a situação de "intolerável".
Contactado agora pelo DN este responsável, que acompanha de perto os fluxos turísticos, afirma que "o balanço está longe de ser positivo". Diz que a CTP foi informada "de que foram recrutados novos funcionários, mas a medida não está a produzir resultados satisfatórios". Lembra que "é preciso ter em conta que o fluxo de chegadas fora do Espaço Schengen está a aumentar - estamos na época alta e o mercado dos EUA está a crescer - e a tendência é para incrementar os movimentos com as novas rotas para a China". Considera "prioritário encontrar uma solução urgente" e conta que os turistas estão a reagir mal: "Ninguém gosta de, depois de uma viagem longa e cansativa, ficar retido no aeroporto durante duas horas. É preciso não esquecer que o Turismo vive de experiências e esta não é a seguramente a melhor para quem nos visita".