Orientações da tutela resultaram em pressões exercidas por diretores das escolas a professores no sentido de subirem as notas a alunos
Escolas a passarem alunos com quatro ou cinco negativas e escolas que estão a fazer pressão junto dos professores para que subam notas negativas dos alunos de forma a que estes se inscrevam no ano seguinte sem ficarem com disciplinas por fazer. A denúncia foi feita, segundo avançou o jornal de I na edição desta terça-feira, por vários diretores e professores a norte e sul do país. Em causa um conjunto de orientações dadas pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que admite o chumbo apenas como "medida excecional" no 2º, 3º, 5º, 7º, 8º, 10º e 11º ano. Porém, no Parlamento, o ministro e secretário de Estado já garantiram que essa não é a interpretação correta do despacho normativo 1-F/ 2016. No despacho, datado de 5 de abril de 2016, lê-se no artigo 21º - que regula os princípios de avaliação da aprendizagem dos alunos que "a decisão de transição para o ano de escolaridade seguinte reveste carater pedagógico, sendo a retenção considerada excecional". Apesar de ter negado ter dado instruções às escolas, Tiago Brandão Rodrigues já assumiu, também no Parlamento, a 8 de novembro passado, que os chumbos são "ineficazes, caros, punitivos e segregadores", diz o responsável.