É o primeiro com esta gravidade que ocorre numa instalação militar. DN apurou que o sistema de videovigilância está avariado há 2 anos
Quarenta e quatro lança-granadas e quatro engenhos explosivos "prontos a detonar" foram roubados das instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos na quarta-feira, soube o DN junto de fonte policial que está a investigar o caso. É a primeira vez que ocorre um incidente com esta dimensão em instalações militares. A par deste material, foram ainda roubadas 120 granadas ofensivas e 1500 munições de calibre 9mm (apenas autorizado a forças de segurança e militares) e 20 granadas de gás lacrimogéneo.
Para o general Loureiro dos Santos, tal só pode ter acontecido devido a "uma falha de segurança, que nos deve preocupar a todos". A mesma fonte confirmou ao DN que o sistema de videovigilância da instalação militar está avariado há dois anos. Segundo a mesma fonte, a preocupação agora é que este material possa cair nas mãos de associações criminosas e de organizações terroristas. Neste caso, como as granadas são armamento de guerra e não têm escoamento no circuito nacional da criminalidade, explicaram fontes policiais ao DN, quem as levou só poderá lucrar com a sua venda no mercado negro militar internacional. "Quando esse armamento entrar em circulação pelo espaço europeu é de acesso fácil a grupos terroristas ou indivíduos que integrem células terroristas", alertou Filipe Pathé Duarte, porta-voz do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT).
O ministro da Defesa, que ontem estava em Bruxelas, considerou o caso "grave" e assegurou que "não ficará nada por levantar" nas averiguações. "É sempre grave quando instalações militares são objeto de ação criminosa tendente ao furto de material militar", para mais quando "não foi roubada uma pistola, não foram roubadas duas, foram roubadas granadas", disse Azeredo Lopes.