A greve dos médicos começou à meia-noite desta quarta-feira e vai durar dois dias. Os serviços mínimos garantem a realização de quimioterapia, hemodiálise e tratamentos em urgências.
Durante a madrugada, segundo o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), a adesão foi de 100%. Com o início das consultas, a partir das 8 horas, o panorama parece diferente, conforme a ronda que se vai fazendo por vários hospitais. Ao início da tarde, o SIM indicou que a adesão foi superior a 80% durante a manhã.
Segundo o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, cirurgias e consultas são as mais afetadas pela greve dos médicos, mas muitas foram antecipadas ou reagendadas por iniciativa dos clínicos que aderem ao protesto.
No Hospital de São João, no Porto, o movimento nas salas de espera das consultas externas é menor devido à greve dos médicos, mas segundo constatou a Lusa estão a realizar-se consultas de várias especialidades.
São disso exemplo as consultas de Cardiologia, Urologia e Gastroenterologia, ao passo que em Dermatologia, por exemplo, várias pessoas se queixavam de não ter consulta devido à greve.
MÉDICOS CUMPREM ESTA QUARTA-FEIRA O PRIMEIRO DE DOIS DIAS DE GREVE NACIONAL
Em Matosinhos, no Hospital Pedro Hispano, há também vários utentes a queixarem-se de consultas que têm de ser adiadas, em várias especialidades.
No Hospital de São José, em Lisboa, alguns dos utentes que chegaram para as primeiras consultas tiveram de remarcar para outro dia.
Cerca das 8 horas, altura em que se iniciam as consultas, as salas de espera começaram a encher com os utentes sem saberem se os médicos iam comparecer e com indicações das funcionárias de que, caso não houvesse consulta, para voltar ao 'guichet' para marcar para outro dia.
Alguns utentes do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, foram informados, nos serviços hospitalares, de que as consultas externas que estavam previstas para esta manhã teriam que ser remarcadas devido à greve.
O movimento à entrada do serviço de consultas externas começou a notar-se a partir das 8 horas, com a chegada de utentes. Pouco depois, alguns voltaram a sair, com a indicação de que não iam ter consulta devido à greve dos médicos. O mesmo aconteceu no serviço de análises clínicas, que terá informado alguns utentes que não seriam feitas as recolhas programadas, à exceção de casos urgentes, por não estarem disponíveis os médicos necessários à validação das análises.
O impacto da greve dos médicos foi pouco significativo esta quarta-feira de manhã no hospital de Portimão, no Algarve, onde as consultas externas decorreram com relativa normalidade, embora algumas tenham sido canceladas e adiadas.
Ao início da manhã, o movimento na sala de espera das consultas externas registava menor movimento do que em outros dias devido à greve dos médicos, mas, ainda assim, e apesar de alguns utentes terem sido apanhados de surpresa, foram poucas foram consultas adiadas.
Em Coimbra, segundo a RTP, às 9 horas a maioria das consultas estavam a decorrer.
No Hospital de Bragança, o panorama parecia mais calmo. Apenas a pediatra estava de greve, apesar de não se saber, cerca das 9.30 horas, se haveria consultas de obstetrícia e ginecologia.
No hospital de Vila Real, as salas de espera estavam cheias e com consultas a decorrer com normalidade, embora outras tenham sido canceladas. Ao início da manhã desta quarta-feira, o cenário na unidade de Vila Real do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) era igual ao de outros dias: parque de estacionamento cheio e salas de espera também com muitos utentes, sentados ou em pé.