Manuel Pizarro garantiu, este sábado, em tom de lamento, que decidiu avançar com uma candidatura ao Porto "depois daquilo que se ouviu", sexta-feira, a Rui Moreira. Para o dirigente socialista, não havia outra alternativa senão "declinar" o convite do presidente da Câmara do Porto para integrar uma lista, mas sem o apoio do PS.
Na Convenção Autárquica dos socialistas, em Lisboa, este sábado, onde foi apresentado como "o mais recente candidato autárquico", Pizarro começou por arrancar um aplauso ao admitir que "não contava estar aqui hoje" na posição de candidato do PS e defendeu que a proposta de Rui Moreira para integrar a lista da recandidatura iria menorizar o partido.
"Há convites que, feitos num determinado tempo e num determinado modo, não podem ser aceites: têm que ser declinados. Porque, fossem eles aceites, tornariam mais pequeno quem assim agisse", disse, recusando "alimentar picardias, atacar este ou aquele, esta ou aquela afirmação".
"Infelizmente e depois daquilo que se passou nos últimos dias, sobretudo ontem, não vai ser possível continuar por mais quatro anos esta associação", apontou.
O vereador do PS assumiu que a corrida autárquica em que agora entra não era o que tinha em mente: "é muito mais importante olhar em frente, não ter receio de dizer que não vai ser possível que façamos como acreditamos que poderia ser".
O ainda vereador da habitação do Porto assumiu "que vai fazer campanha com entusiasmo e a elevação de sempre". "Não estou zangado nem procuro compensação", assegurou.
Pizarro, que a meio da tarde entrou na sala sob um enorme aplauso e foi recebido com um prolongado abraço pela secretária-geral Adjunta Ana Catarina Mendes e de António Costa, disse que "o PS não perdeu a identidade durante estes anos de governação" ao lado de Rui Moreira.
E que não perderia a identidade nem renunciaria à sua natureza com a "declaração de apoio" à candidatura do atual presidente da Invicta.