O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara do Porto acusou, esta sexta-feira, o presidente da autarquia de encenar uma rutura com o PS e previu que tudo vai ficar na mesma na relação de Rui Moreira com os socialistas.
João Semedo, em declarações à agência Lusa, afirmou: "Das palavras de Rui Moreira percebemos que tudo vai ficar na mesma entre Rui Moreira e o PS. A dramatização criada por Rui Moreira, encenando a rotura com o PS, destina-se a reconstruir a sua desgastada imagem de independência face aos partidos com quem tem governado a Câmara Municipal do Porto, o PS e o CDS, fingindo que nada negoceia com eles".
RUI MOREIRA NÃO QUER APOIO DO PS NA CORRIDA À CÂMARA DO PORTO
Apesar de não fechar em definitivo a porta a uma manutenção do apoio do PS, Moreira criticou hoje os socialistas por, pela voz da sua secretária-geral-adjunta, Ana Catarina Mendes, ter tentado "fazer crer que há uma coligação informal" entre o PS e o movimento independente que apoia Rui Moreira. Por seu lado, a comissão política do movimento independente "Rui Moreira - Porto, O Nosso Partido" anunciou hoje que, "nas condições atuais, não aceita o apoio do PS" à recandidatura do autarca.
APOIO DO PS A RUI MOREIRA NO PORTO É IRREVERSÍVEL
João Semedo recordou que "Rui Moreira anunciou que convidará membros do PS para a sua lista, por exemplo Manuel Pizarro", prevendo que estes convites "certamente não deixarão de ser aceites por quem ainda há poucos dias dizia que apoiava Rui Moreira com convicção, mesmo que esses convites sejam para posições mais desgraduadas que o previsto e desejado".
Aliás, Moreira, disse hoje que pretende contar com o socialista Manuel Pizarro na sua lista de recandidatura, mas nunca numa segunda posição, e que o PS dá o seu apoio se quiser.
Para João Semedo, "este episódio expõe na praça pública a arrogância de Rui Moreira e o estilo de caudilho que molda o seu comportamento".
O candidato do Bloco entendeu também que este episódio "mostra igualmente até onde chega a subordinação dos dirigentes do PS/Porto", considerando "natural o sentimento de frustração e desilusão de muitos socialistas que gostariam de ver no Porto o mesmo que se passa no país: a esquerda a entender-se para melhorar a vida dos portugueses".
Semedo terminou as suas declarações, declarando que sente "uma maior responsabilidade para mobilizar e concentrar a vontade e o apoio dos socialistas e de outras correntes de esquerda" na sua candidatura, que classifica como "socialista e de esquerda, capaz de apresentar à cidade um projeto alternativo, com decisões transparentes, soluções equilibradas e centrada nas pessoas".