Comissária da Concorrência insiste que a decisão de vender o Banif não foi tomada pela Comissão Europeia
A Comissão Europeia confirma que "já recebeu" uma lista extensa de perguntas "detalhadas" da comissão parlamentar de inquérito ao Banif e promete que "o mais rapidamente possível" fará chegar as respostas a Lisboa.
Numa entrevista ao DN, a comissária da Concorrência, Margrethe Vestager considera "saudável" toda a discussão que tem sido gerada à volta da resolução do banco e garante que não sente qualquer incomodo pela forma como a DG COMP (Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia) tem sido referida na comissão parlamentar.
"Não [estou incomodada]. Eu penso que é muito saudável que haja esse género de discussão. E nós fazemos o nosso melhor para trabalhar com as pessoas da comissão parlamentar de inquérito. É muito saudável", afirmou a comissária, considerando que o nível a que chegou a discussão sobre a resolução do Banif significa até uma oportunidade para a Comissão esclarecer o papel que teve neste caso.
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"Para nós, é também muito importante dizer que desempenhamos o nosso papel, mas isso não é tudo. Há um conjunto de coisas que não podemos fazer e não devemos fazer", frisou.
"Posso confirmar que a Comissão já recebeu as perguntas do inquérito Parlamentar sobre o Banif. Agora vamos estudá-las cautelosamente e preparar as nossas respostas, que enviaremos logo que possível para a comissão de inquérito", adiantou o porta-voz da Comissão Europeia para a área da Concorrência, Ricardo Cardoso.
"Como a comissária Vestager já disse, queremos cooperar e responder a todas as perguntas que a comissão de inquérito possa ter sobre o assunto", acrescentou o porta-voz.
A comissária insiste que a decisão de vender o banco não foi tomada pela Comissão nem pela direção-geral da Concorrência, já que não é a estes organismos que cabe "tomar decisões".
"Não somos uma autoridade de resolução. Não nos cabe a nós tomar decisões, por exemplo sobre a quem vender", reiterou Vestager na entrevista, prometendo que vai agora dedicar-se a responder às questões da comissão de inquérito ao Banif para que o caso se esclareça.
"Vamos dar o nosso melhor para responder qualquer pergunta da comissão parlamentar. Da minha parte penso que é uma coisa muito boa e muito saudável que haja um interesse parlamentar no que aconteceu e em quem desempenhou que papel neste processo", considerou.