Receita global aumentaria quase 22 milhões de euros. Introdução de portagens diminuiu de forma significativa o tráfego
Um estudo da Infraestruturas de Portugal, encomendado pelo anterior Governo, sobre a descida dos preços nas antigas SCUT, defende que a medida aumentaria as receitas com portagens, informação confirmada pelo atual executivo.
O estudo, a que a TSF teve acesso e hoje divulgou, foi realizado a pedido do anterior Governo PSD-CDS, embora as suas conclusões nunca tenham sido conhecidas, nem sido colocadas em prática, surgindo agora, numa altura em que o atual executivo já anunciou que vai descer as portagens em algumas SCUT, embora ainda não tenha revelado quando, nem os valores.
Segundo a TSF, que fez vários cálculos, juntando os resultados estimados para as sete SCUT, o cenário é de que a receita global aumentaria cerca de 22 milhões de euros, sendo que apenas duas das sete autoestradas dariam menos dinheiro do que se os preços ficassem iguais, sem descidas.
Portagens vão baixar nas ex-SCUT das regiões do interior
À TSF, fonte do Ministério do Planeamento e Infraestruturas avançou que tinha conhecimento de que a conclusão do estudo, ou seja, de que a descida de preços resultaria num aumento das receitas das SCUT, não se mostrando surpreendida, pois após a introdução das portagens o tráfego diminuiu de forma significativa naquelas vias.
O executivo liderado pelo socialista António Costa referiu ainda que a conclusão do estudo foi tomada em consideração para a decisão de baixar as portagens no interior do país já este verão, embora ainda não sejam conhecidas as novas tarifas, nem a data que as mesmas entram em vigor.
De acordo com o estudo, os ganhos em receitas com portagens seriam especialmente grandes na A23 (autoestrada da Beira Interior), bem como na A22 (Via do Infante, Algarve), já que, com uma redução de 15%, ambas renderiam individualmente mais de cinco milhões de euros.
O estudo da Infraestruturas de Portugal (antiga Estradas de Portugal) revela ainda que apenas a antiga SCUT A4 (Grande Porto) e a A28 (Norte Litoral), dariam menos receitas se os preços descessem, sendo que a subida também seria previsível na A25 (autoestrada das Beiras Litoral e Alta), A29 (autoestrada da Costa da Prata) e A24 (autoestrada do Interior Norte).
Segundo os cálculos, juntando os valores estimados para as sete autoestradas avaliadas, em todas as hipóteses estudadas, o Estado ficaria a ganhar dinheiro se descesse os preços, mesmo se esta descida chegasse aos 35%.