Os Hollywood Vampires são o nome forte do dia. O supergrupo é uma autêntica lista VIP onde estão inscritos Alice Cooper, Johnny Depp e o guitarrista dos Aerosmith, Joe Perry
Hoje, quando for quase meia-noite, sobem ao Palco Mundo do Rock in Rio Lisboa os Hollywood Vampires. O supergrupo é a grande atração daquele que vai ser o dia de rock mais pesado desta sétima edição do festival do Parque da Bela Vista, que regressa depois de uma pausa de seis dias.
Esse peso não vai estar apenas no som. Sentir-se-á também nas fileiras do grupo, uma autêntica constelação de estrelas a girar à volta do seu mentor e vocalista Alice Cooper, ladeado pelos guitarristas efetivos Joe Perry (mais conhecido como o líder dos Aerosmith) e Johnny Depp (que salta da grande tela para o palco e para a nossa vista), e apoiado ao vivo por vários músicos calejados, incluindo o baterista Matt Sorum, da formação mais mediática de sempre dos Guns N" Roses da fase dos dois álbuns Use Your Illusion.
Aumentam as toneladas se falarmos ainda do peso da história. Os Hollywood Vampires são uma autêntica banda VIP de covers (excluindo um ou outro original como Raise the Dead), que lança mão e os dentes aos grandes clássicos do rock como My Generation, dos Who, Whole Lotta Love, dos Led Zeppelin, ou Brown Sugar, dos Rolling Stones, e devolve à vida e aos palcos temas do museu rock como Break On Through (to the Other Side), dos Doors, Manic Depression, de Jimi Hendrix, ou Jeepster, dos T-Rex.
Espera-se dos Hollywood Vampires uma festança de mortos-vivos com dentadas um pouco mais acima do pescoço, nas orelhas, mesmo junto aos recetores auditivos. Tudo deve começar com o icónico sinal sonoro da major cinematográfica 20th Century Fox e a voz do recém-falecido ator Christopher Lee... Drácula para os cinéfilos.
De Johnny Depp, esperamos o ar de pirata com que se apresenta ao vivo - ainda sob os efeitos de Jack Sparrow de Piratas das Caraíbas? Certamente sob o olhar atento de muitas fãs, vamos todos perceber que o ator é também dotado para a guitarra eléctrica, sem se intimidar com os vários despiques com o especialista de solos Joe Perry, mas a sentir-se bem no papel secundário em palco.
O papel principal é do carismático e bem maquilhado Alice Cooper, que criou nos anos setenta o clube de tertúlias de Los Angeles, Hollywood Vampires, que reunia à volta de uma mesa e de muitos copos os ex-Beatles John Lennon e Ringo Starr, Marc Bolan (dos T-Rex), o enérgico baterista dos Who, Keith Moon, ou Harry Nilsson. Quase todos eles estão mortos. Mas Alice Cooper não. Foi ele que pegou outra vez no nome Hollywood Vampires para este supergrupo. Hoje vão querer provar no Parque da Bela Vista que são muito mais do que uma diversão para eles próprios. Isto é mesmo coisa de profissionais.
Os Korn e a ilha indie do outro lado
Às 22.00, o Palco Mundo vai estar entregue aos Korn. A glória de serem um dos pioneiros do nu-metal passou a fardo, à medida que aquele género de metal alternativo se tornou uma caricatura de si próprio com o passar dos anos. O concerto da banda do vocalista Jonathan Davis será uma luta contra o tempo perdido. Logo veremos quem vencerá. Mas dificilmente os Korn não tocarão músicas do álbum de 1998 (talvez o mais celebrado), Follow the Leader, como Freak on a Leash ou Got the Life.
Da outra ponta do recinto do Rock in Rio, tem resistido uma ilha indie de nome Palco Vodafone, imune a influências externas. Amanhã, esta área vai entregue às garras punk bem afiadas dos canadianos METZ e dos minhotos Glockenwise. Antes, passam pelo Palco Vodafone os Cave Story, uma das grandes promessas do rock alternativo nacional, proveniente das Caldas da Rainha.
Cantinho Satkeys
