Começaram as obras no eixo Marquês-Entrecampos, em Lisboa. O presidente da Câmara garante que o transtorno de nove meses vai valer a pena
A partir de hoje e nos próximos nove meses (até fevereiro de 2017) o centro administrativo e comercial de Lisboa vai estar transformado num estaleiro. Para assinalar o arranque esta manhã dos trabalhos no chamado eixo central da cidade, entre o Marquês de Pombal e Entrecampos, o presidente da Câmara falou à imprensa no antigo recinto da Feira Popular, em Entrecampos, para passar a mensagem aos lisboetas de que os transtornos para chegar à cidade e estacionar vão valer a pena. "A obra de requalificação de todo o eixo central entre o Marquês de Pombal e Entrecampos, vai mudar a forma como todos podemos usufruir da cidade. Vamos ter muito mais espaços públicos, passeios mais largos e confortáveis, muito mais espaço para o comércio local, ciclovias, espaços verdes, menos poluição, menos ruído", afirmou Fernando Medina. "Já imaginou a Praça do Saldanha com esplanadas?", questionou a um jornalista que lhe fazia perguntas sobre as dificuldades de circulação na Avenida Fontes Pereira de Melo, que é o ponto de arranque dos trabalhos, precisamente um dos principais corredores de trânsito urbano em Lisboa.
Uma "nova grande Praça do Saldanha com calçada portuguesa artística", com "esplanadas e jardins" e uma Fontes Pereira de Melo "mais humanizada, com passeios mais largos, sempre com as ciclovias para permitirem uma mobilidade mais suave". Centrado nesta visão de futuro, Fernando Medina assegura que o presente, para moradores e para os que vêm todos os dias para Lisboa trabalhar, não será um inferno. "Na Avenida Fontes Pereira de Melo uma faixa Bus passará a ser partilhada com os carros", referiu. Quanto ao estacionamento e a vias alternativas também há soluções pensadas. "Estamos neste momento a colocar um conjunto de sinalização nas imediações da cidade de Lisboa, nos acessos às grandes vias, apontando os caminhos alternativos: na A5, 2ª Circular, IC19, Radial de Benfica", garantiu o autarca. "Vai também ser colocada sinalização local que permita usar a Defensores de Chaves e a Avenida 5 de Outubro como complementos à circulação durante todo o eixo de Entrecampos até ao Marquês, para minorar os impactos".
Fernando Medina adiantou ainda que está em curso uma operação especial da Polícia Municipal de Lisboa para acompanhar os trabalhos e garantir a fluidez da circulação automóvel. "A Polícia Municipal está colocada nas três frentes de obra que vamos ter com uma equipa especial que vai percorrer o circuito para evitar o estacionamento em segunda fila, um dos elementos de perturbação da fluidez do trânsito".
Como disse o autarca, "as obras causam sempre transtornos às pessoas". No Saldanha vão significar a abolição de 60 lugares de estacionamento, ruído e dores de cabeça para quem lá vive e trabalha. E ainda, um custo de 7 milhões de euros. Se vai valer a pena? Medina lembra o exemplo da Avenida Duque de Ávila, junto ao Saldanha, agora toda pedonal e cheia de esplanadas e lojas. "Foi um péssimo exemplo de obra que demorou muito tempo mas valeu a pena. Já ninguém se lembra como era antes".