O bloco favorável ao "Brexit" pediu à ministra britânica do Interior, Theresa May, numa carta oficial enviada por uma responsável da "Vote Leave", que proíba a entrada no Reino Unido da presidente da Frente Nacional francesa, Marine Le Pen.
Na missiva, cuja existência foi revelada pela BBC, este domingo, e da qual a agência France Presse (AFP) obteve uma cópia, Gisela Stuart, a copresidente da campanha "Vote Leave", a favor do voto para uma saída do Reino Unido da União Europeia no referendo de 23 de junho, pede à ministra que "recuse a entrada" da dirigente do partido francês de extrema-direita, devido "às suas opiniões extremistas". Gisela Stuart refere-se a uma visita de Marine Le Pen prevista para maio.
Questionado pela AFP, o número dois da Frente Nacional, Florian Philippot, referiu que Marine Le Pen foi "convidada para ir apoiar a fação do 'Brexit'". "O Reino Unido é um Estado de direito e uma democracia avançada, por isso uma francesa, além disso eleita, pode perfeitamente circular livremente", acrescentou.
A visita de Marine Le Pen "permitirá aos britânicos que apoiam a saída da União Europeia saberem que há responsáveis europeus de primeira linha que os apoiam", sublinhou.
Gisela Stuart defende, no seu pedido por escrito, que "a presença de Marine Le Pen no Reino Unido não contribui para o bem comum".
Questionada hoje sobre esta carta, numa entrevista à BBC, a ministra recusou-se a dizer que medidas irá tomar, lembrando que não fala "de casos particulares".
A governante salientou que o facto de Gisela Stuart lhe escrever para "proibir alguém de entrar no país sugere que temos o controlo das fronteiras", declarou a ministra, conhecida pelo seu euroceticismo, mas que ainda assim se juntou a David Cameron, defensor da manutenção do país na União Europeia (UE).
Um dos principais argumentos dos partidários de uma saída da UE é a retoma do controlo das fronteiras e da imigração