As autoridades de um município venezuelano aprovaram uma portaria declarando o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "persona non grata", proibindo-lhe a entrada na localidade por, alegam, ter "claras intenções de se infiltrar" naquele município.
A portaria foi publicada pelo socialista Rafael Ruiz, presidente da Câmara Municipal de Diego Ibarra, no Estado venezuelano de Carabobo, 200 quilómetros a oeste de Caracas.
"Portaria municipal: A nossa câmara municipal declara o Presidente Obama como 'persona non grata' no nosso município", lê-se no texto do "decreto anti-imperialista".
Segundo Rafael Ruiz, "são claras as intenções do império (norte-americano) de se infiltrar no município e aumentar a guerra económica, sabotando com filas os nossos mercados e criar caos".
O decreto sentencia: "Obama não te queremos", e acrescenta que no município não são bem-vindos os "gringos bachaqueros" [americanos que se dedicam ao açambarcamento, especulação e venda ilegal de produtos].
A Venezuela atravessa, além de uma crise política, com as forças da oposição maioritárias no parlamento contra o regime do Presidente Nicolás Maduro, uma profunda crise económica, com falta de bens de primeira necessidade, filas nos supermercado e racionamento da distribuição de eletricidade.
O Produto Interno Bruto da Venezuela, cuja economia é altamente dependente do petróleo, vai contrair-se 8% em 2016 e a inflação chegará aos 500%, segundo os últimos cálculos do Fundo Monetário Internacional.
A economia venezuelana caiu 5,7% em 2015, quando a inflação chegou aos 180,9%, segundo o Banco Central da Venezuela, que fixou em 68,5% a taxa de inflação de 2014, ano em que o PIB contraiu 4%, segundo o Banco Mundial.