Quarenta anos depois, "os telhados da cidade" recebem Marcelo Rebelo de Sousa de braços abertos.
O presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa chegou este sábado a Beja de comboio, após a visita a Alvito e 40 anos depois daquela que foi considerada como a "épica e mais turbulenta noite do PPD/ PSD em Beja" (9 de abril de 1975). Decorria então a campanha eleitoral para a Assembleia Constituinte, quando militantes de extrema-esquerda invadiram um comício "laranja". Marcelo Rebelo de Sousa e Helena Roseta refugiaram-se na sede do PSD, que foi invadida pelos manifestantes, fazendo com que os dois militantes do PSD fugissem pelos telhados dos edifícios contíguos.
"O presidente é o presidente de todos os portugueses e isso foram tempos de grande confronto doutrinário e ideológico, próprio das revoluções. Neste momento um pouco mais velhinho, represento Portugal e todos os portugueses", justificou Marcelo Rebelo de Sousa ao JN.
Marcelo foi recebido por muitos bejenses e pelo grupo coral "Cantores do Desassossego".
"Senhor Presidente queria desejar-lhe uma boa visita à cidade e à Ovibeja", foi assim que imitando a voz de Marcelo Rebelo de Sousa, o ator e imitador Bruno Ferreira, recebeu o presidente da República, à saída da Estação Ferroviária de Beja. Marcelo foi lesto a responder: "olha o homem que emita a minha voz", acrescentando de seguida a gracejar que "este homem é perigoso, um destes dias assume uma divida em meu nome", rematou.
"O facto do presidente da República ter chegado a Beja de comboio permite chamar a atenção para o problema das acessibilidades que o concelho padece, seja por ferrovia ou rodovia" justificou Florival Baioa, o porta-voz do Movimento de Cidadãos "O Baixo Alentejo Existe".
Marcelo Rebelo de Sousa explicou que escolheu o Alentejo para iniciar os contactos de proximidade com os portugueses "para ajudar os mais desfavorecidos". Depois de almoçar com utentes e dirigentes do Centro de Paralisia Cerebral de Beja (CPCB), o presidente da República, visita a Ovibeja para homenagear o criador do certamente, Manuel Castro e Brito, que morreu no início do mês de abril.