O regulador dos serviços financeiros de Nova Iorque dirigiu uma intimação aos bancos Société Générale, Credit Suisse, Deutsche Bank e a 10 outros mencionados no escândalo dos "Papéis do Panamá", disse, esta quinta-feira, à AFP uma fonte conhecedora do assunto.
O regulador (NYDFS, na sigla em Inglês), que infligiu uma multa recorde, de quase 9 mil milhões de dólares (8 mil milhões de euros), ao BNP Paribas por violação de embargos impostos pelos EUA, ordenou a estes estabelecimentos financeiros que lhe fornecessem todos os documentos e todas as comunicações com o gabinete de advogados Mossack Fonseca, no centro do escândalo, acrescentou a mesma fonte, que requereu o anonimato.
Os 13 bancos têm ainda de comunicar todas as transações efetuadas com este gabinete, prosseguiu a fonte, confirmando informações avançadas pela agência Bloomberg News.
O NYDFS, que é dirigido desde janeiro por Maria Vullo, depois da saída em junho de Benjamin Lawsky, deu o prazo de 29 de abril para os bancos lhe responderem.
Na carta dirigida a cada banco não é imputada qualquer má prática, ainda segundo a fonte.
As discussões ainda estão em estádio preliminar, mas poderiam conduzir à abertura de um inquérito, se Vullo e os seus serviços concluírem que algumas transações são litigiosas.
Contactado pela AFP, o NYDFS escusou-se a qualquer comentário, tal como os bancos Société Générale, Deutsche Bank e Credit Suisse. Commerzbank, o segundo mais banco alemão também visado, não respondeu.
Além destes quatro grandes bancos europeus, a lista inclui vários estabelecimentos escandinavos, como Svenska Handelsbanken, Nordea Bank Finland e Skandinaviska Enskilda Banken.
O banco holandês ABN Amro e o israelita Bank Leumi, bem como o Deutsche Bank Trust, também foram intimados pelo NYDFS.
O inquérito do NYDFS coincide com a abertura pelo procurador federal de Nova Iorque, Preet Bharara, um dos mais temidos por Wall Street, de um inquérito penal.
A divulgação dos documentos causou uma onda de choque mundial, conduziu à abertura de numerosos inquéritos no mundo e provocou a demissão do primeiro-ministro da Islândia e de um ministro do governo de Mariano Rajoy.