O Presidente da República disse, esta terça-feira, estar "muito esperançado" de que seja positiva a reação da Comissão Europeia às perspetivas económicas do Governo contidas no Programa de Estabilidade e no Programa Nacional de Reformas.
"Esta é uma semana importante nas relações com a Europa uma vez que, ouvidos os partidos hoje, haverá aprovação em Conselho de Ministros dos dois documentos fundamentais para os próximos anos [Programa de Estabilidade e Programa Nacional de Reformas] que irão ao parlamento e que seguirão para Bruxelas", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas no Terreiro do Paço, em Lisboa, após a inauguração do Museu do Dinheiro.
O Presidente da República disse estar "muito esperançado de que a reação da Comissão Europeia seja positiva" e que "olhando para a situação portuguesa, para a situação em termos macroeconómicos e também em termos de previsões para o futuro próximo, que haja uma concordância de números".
"Se for isso assim, é uma boa notícia para Portugal e espero que se venha a concretizar nas próximas semanas", disse.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "é preferível haver uma concordância de Bruxelas relativamente às previsões governamentais para os próximos anos".
"Tenho esperança que isso venha a acontecer e venha a haver um reconhecimento por Bruxelas de que os números que vão ser do conhecimento do parlamento são números aceitáveis para a Europa. É uma boa notícia para Portugal", insistiu.
Questionado sobre o facto de alguns dos números serem revistos em baixa, o Presidente da República respondeu apenas: "o fundamental aí é que a Europa aceite esses números. É meio caminho andado".
Marcelo Rebelo de Sousa, que já se tinha escusado hoje, na Academia das Belas Artes, também em Lisboa, a comentar as acusações da Santoro, 'holding' controlada pela empresária angolana de Isabel dos Santos que é acionista do BPI, segundo as quais o Governo português favoreceu uma das partes, foi de novo interrogado sobre os jornalistas sobre a questão angolana, mas à pergunta "já marcou viagem a Angola", o chefe de Estado, a afastar-se dos microfones, atirou apenas: "Moçambique. Agora é Moçambique".
As declarações do Presidente da República aos jornalistas foram feitas no Terreiro de Paço durante o percurso que Marcelo quis fazer a pé entre a inauguração do Museu do Dinheiro e o último ponto de agenda de hoje, a abertura da reunião dos Conselhos Superiores de Justiça da CPLP.
Antes, à saída do Museu do Dinheiro - onde esteve acompanhado pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e os ministros das Finanças, Mário Centeno, e da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes - o chefe de Estado não quis prestar declarações aos jornalistas.
Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou o museu "virado para o futuro", que considerou ser "um momento marcante", e afirmou que este espaço é uma "oportunidade para acompanhar uma realidade fundamental para a vida das sociedades".
O Presidente da República visitou os vários pisos do espaço museológico e, numa fonte virtual para "atirar" moedas e expressar um desejo, chamou o novo ministro da Cultura porque é "quem precisa de mais dinheiro para a Cultura" para que fizesse um gesto para que "houvesse a multiplicação não dos peixes, mas das moedas".
"Chovem moedas para a Cultura. Muito bem. O senhor ministro das Finanças tem de controlar", brincou.