Uma descoberta, ao final da tarde de quarta-feira, num terreno ermo e de difícil acesso na localidade da Geria, em Coimbra, está a inquietar as autoridades.
Um popular encontrou um carro branco, destruído, onde se encontrava o cadáver de Maria de Jesus Lourenço, de cerca de 50 anos, que estava desaparecida desde 11 de janeiro. O carro pertence a António Rocha, de 67 anos, que também não é visto desde o mesmo dia, altura em que houve uma grande cheia na cidade. A Polícia Judiciária está a investigar o caso.
O desaparecimento de António e Maria de Jesus já estava a ser investigado há alguns meses
Segundo o que o JN conseguiu apurar junto de fonte da Polícia Judiciária de Coimbra, o desaparecimento de António e Maria de Jesus já estava a ser investigado há alguns meses. António vivia em Fala, no concelho de Coimbra, enquanto Maria de Jesus vivia em Covões, Cantanhede. Eram um casal, mas não viviam juntos. "Sou amigo dele há mais de 40 anos, mas a ela não conheço", conta António Carvalho, amigo de António Rocha, ou "Xana", como era conhecido entre as pessoas mais próximas.
Segundo fonte da Polícia Judiciária, o último rasto deixado pelas duas vítimas foi um movimento na caixa Multibanco do Intermarché de Cantanhede. António Carvalho revela que, no dia a seguir ao desaparecimento, o filho de António Rocha participou a ausência à PSP de Cantanhede, "por ter sido a última cidade onde foi visto", tendo o caso passado, uma semana depois, para a investigação da Polícia Judiciária.
De Maria de Jesus, pouco se sabe, tendo os familiares e os populares de Covões mantido o silêncio sobre a descoberta.
Local sem acesso
O carro foi encontrado num ribeiro, próximo de uma estrada de terra, numa zona sem acesso rodoviário e com difícil acesso pedestre. "É intrigante saber o que ele fazia ali. Ele nunca foi pessoa de fazer coisas que o levassem ao perigo", defende António Carvalho. O desaparecimento aconteceu no dia em que Coimbra viveu uma das maiores cheias de sempre, com várias garagens e zonas alagadas próximas do rio.
A Polícia Judiciária fez buscas ontem e anteontem, na tentativa de encontrar alguma pista de António Rocha, mas interrompeu-as por a água em volta do carro, devido à chuva dos últimos dias, estar ainda muito alta. As buscas serão retomadas amanhã.