Quase metade das raparigas portuguesas com 15 anos pensam estar demasiado gordas, apesar de ser entre os rapazes que há mais excesso de peso e obesidade.
As jovens adolescentes estão menos satisfeitas com a vida e têm mais dificuldades em dormir do que eles. Um estudo internacional sobre a adolescência, a cargo da Organização Mundial da Saúde e ontem divulgado, revela que os portugueses são dos que menos gostam da escola e este sentimento vai piorando com a idade.
O estudo "Health Behaviour in School-aged Children" (HBSC), realizado de quatro em quatro anos, analisou hábitos, comportamentos e consumos, com impacto na saúde física e mental, de 220 mil jovens de 42 países da Europa e América do Norte. Em Portugal participaram seis mil adolescentes dos 6.º, 8.º e 10.º anos.
Aos 11 anos, apenas 32% das raparigas e 25 % dos rapazes admitem gostar da escola, aos 13 e aos 15 anos as diferenças de género esbatem-se e apenas 14% dizem gostar da escola. A pressão e a perceção sobre o desempenho escolar também não têm resultados famosos entre os jovens portugueses e podem ajudar a explicar o sentimento negativo em relação à escola.
O relatório conclui que 80% dos adolescentes estão genericamente satisfeitos com a sua vida. Mas a satisfação diminui com a idade e aos 13 anos surgem as diferenças entre rapazes e raparigas, sendo estas menos satisfeitas do que eles. Os jovens de famílias mais ricas têm em geral maior satisfação com a vida. Na saúde mental, também há diferenças de género. As raparigas dizem ter menos saúde mental do que os rapazes e aos 15 anos, por exemplo, uma em cada cinco diz que a sua saúde é regular ou fraca e metade diz ter queixas de saúde pelo menos uma vez por semana.