O homem conhecido como "burlão das notas de 50 euros" continua sem travão.
A última vítima de Valdemar Castro - que já foi detido, libertado e continua a ser procurado pela GNR por não estar a cumprir as medidas de coação impostas pelo tribunal - foi o proprietário do Café Melro, em Lordelo, Paredes. Neste estabelecimento, que fica a poucos quilómetros da última morada conhecida da família Castro, o suspeito da autoria de mais de uma centena de burlas aplicou a técnica do costume: sempre a falar ao telemóvel, pediu que lhe trocassem 50 euros e, sem nunca entregar a nota, fugiu com o dinheiro.
Ao JN, a GNR confirma que várias burlas semelhantes têm sido denunciadas nos últimos dias, não só em Paredes e Paços de Ferreira, como na Póvoa de Varzim e Santa Maria da Feira, entre outras localidades da Região Norte.
Jorge Guerra considera-se um comerciante atento e informado. Já tinha, inclusive, lido notícias sobre a forma de atuar do "burlão das notas de 50 euros". Por isso, ainda não acredita que foi enganado por Valdemar Castro, cuja fotografia reconheceu quando apresentou queixa no posto da GNR.
"Eram cerca das 19.30 horas quando ele entrou no café a falar ao telemóvel. Dirigiu--se ao balcão e pediu-me duas sandes de chouriço. Sempre ao telemóvel, pediu--me, em seguida, para trocar uma nota de 20 euros. Mas quando viu que eu tinha mais dinheiro, pediu para trocar uma nota de 50", recordou o comerciante.
Apressado para satisfazer o pedido do cliente, Jorge Guerra colocou o troco no balcão e virou costas para confecionar as sandes. "Nessa altura, ele pegou logo no dinheiro, dirigiu-se para a porta e entrou no carro, um Rover preto, que estava à espera na rua. Sempre a falar ao telemóvel", descreve.
Na altura em que Valdemar Castro passou pelo Café Melro, três clientes habituais jogavam às cartas. Porém, também eles só se aperceberam do caso minutos depois de o homem, de 41 anos, ter fugido. "Eu vejo tantas notícias e não suspeitei de nada", lamentava, ontem, Jorge Guerra. v