O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, denunciou, esta quinta-feira, "o ataque vergonhoso e despudorado que o Governo e o PS têm em marcha contra o Banco de Portugal".
Na abertura das jornadas parlamentares social-democratas, em Santarém, Montenegro alertou que "António Costa e os seus apoiantes estão a indiciar, a vários níveis, que se querem transformar mesmo nos donos disto tudo".
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"O primeiro-ministro, o ministro das Finanças, o líder parlamentar do PS: todos a tocar a mesma música. Todos a perder a perder a vergonha e a trazer de volta a Portugal tempos de asfixia e claustrofobia democrática", disse aos deputados, no Santarém Hotel, onde decorre o encontro até sexta-feira.
Sobre as críticas que António Costa tem feito à liderança do governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, o líder parlamentar do PSD avisou que "é algo que não pode acontecer". "O Governo não pode intrometer-se, influenciar! Não pode interferir na independência do Banco de Portugal", frisou, para acrescentar que "não o pode fazer o Governo de Portugal, como não o podem fazer os Governos dos outros estados membros da União Europeia. Isso está escrito nas regras europeias", salientou.
"A situação a que temos assistido desde alguns dias, agravada ontem e hoje mesmo, é uma vergonha. Configura um desrespeito institucional grave e lamentável", defendeu Montenegro, denunciado ainda o "assalto ao aparelho do Estado" que o PS estará a levar a cabo.
"Pergunto: o que diria o PS se fosse qualquer um de nos a dizer o que eles dizem?", concluiu, após ter arrancado as suas palavras dizendo que "Portugal tem hoje um Governo que só está interessado em gerir a sua sobrevivência" e apelidado o programa de governo do Executivo socialista de "programa Simplex". "Simples porque cinge-se a desfazer o que foi feito nos últimos quatro anos", traduziu.