Quer ouvir música sem pagar?
As plataformas de ‘streaming’ estão a assumir-se cada vez mais como alternativa à tradicional compra de CD e vinis.
Longe vai o tempo em que, para se ouvir música, era preciso comprar o vinil, limpar-lhe o pó, colocá-lo no gira-discos e ajeitar a agulha, com muito cuidado para não riscar. Depois de
um longo período de utilização de CD e da chegada do MP3, que permitiu guardar os ficheiros no computador e abriu campo ao crescimento da pirataria, o negócio da música conhece
hoje uma nova realidade: os serviços de ‘streaming', contra quem as produtoras e distribuidoras abriram guerra.
A moda veio para ficar: com cada vez mais consumidores a ter um ‘smartphone', as tecnológicas têm apostado em aplicações que permitem aceder a um grande catálogo de músicas
através de uma aplicação. E a maior vantagem é que, se não se incomodar com a publicidade entre músicas ou um menor número de serviços disponíveis, há muitas opções grátis. Para
ter o serviço ‘premium' é preciso pagar mas nunca mais de dez euros por mês.
O Spotify foi o serviço de ‘streaming' que mais adesão teve até ao momento. Até porque foi dos primeiros a aparecer, depois dos primórdios com o Grooveshark (que fechou) e a rádio
online Pandora (que não está disponível em Portugal). Mas há mais opções, até nacionais. O Meo Music surgiu no mercado nacional ainda antes do Spotify em formato gratuito para
alguns utilizadores e pago para outros.
A concorrer directamente com o Spotify surgiu recentemente o Deezer: custa na versão ‘premium' 9,99 euros e tem 35 milhões de músicas no catálogo. A principal vantagem parece
ser, para já, a disponibilização de álbuns ao vivo, que pouco se encontram no Spotify.
As tecnológicas também estão a apostar nestes serviços. A Google conta já com três experiências no que diz respeito ao ‘streaming' (YouTube, YouTube Key Music e Google Play) e a
Microsoft disponibiliza mais de 38 milhões de músicas no Xbox Music. O lançamento mais aguardado é, contudo, o da Apple. Depois de comprar a plataforma Beats o mercado aguarda
com expectativa o próximo passo da dona do enorme catálogo do iTunes (43 milhões de músicas). Uma coisa parece, para já, certa: a proposta da dona do iPhone não será gratuita.
Há opções para todos os gostos, até para quem valoriza uma experiência mais pessoal e a descoberta de novos artistas. É o caso do SoundCloud, que conta com 40 milhões de
utilizadores e tem como principal característica a proximidade dos artistas e um ecossistema que funciona como uma rede social, onde há troca de opiniões sobre os temas em que os
músicos estão a trabalhar. É gratuito mas, mais uma vez, para ter serviços extra há que pagar. Na mesma linha de conteúdos exclusivos está o Tidal, que não tem versão gratuita mas
promete muitos lançamentos em primeira mão de vários artistas.
Meo Music
A PT Portugal lançou o seu serviço de música em ‘streaming' gratuito para os clientes Moche e para alguns tarifários Meo. Quem não tem o serviço incluído no tarifário paga 6,99 euros
mensais. O catálogo tem mais de 15 milhões de músicas à disposição, incluindo muita música portuguesa e é possível aceder ao serviço no ‘smarthpone', ‘tablet' ou computador e ainda
na televisão. Pode-se escolher entre álbuns, ‘playlists' editoriais, novidades, géneros ou canais. A aplicação tem a opção de ouvir ‘offline', que permite escolher as músicas que quer ter
disponíveis sem estar a gastar dados móveis.
youtube
Pode ser considerado o primeiro serviço de música em ‘streaming' mas tem a particularidade de ter os vídeos associados. Comprado pela Google, o Youtube conta com milhões de
vídeos em modelo ‘freemium': para ouvir e ver gratuitamente
é preciso passar primeiro pelos anúncios. A gigante tecnológica tem também o YouTube MusicKey, que ainda está em modo beta e é pago. Não está disponível em Portugal mas, nos
Estados Unidos, custa 9,99 dólares. Aqui, os anúncios ficam de fora, há mais de 30 milhões de músicas disponíveis e tem-se acesso ao Google Play, o outro serviço da Google.
spotify
Foi o Spotify que fez explodir os serviços de música em ‘streaming' e o modelo ‘freemium': de borla mas com anúncios. Tem já mais de 60 milhões de utilizadores em todo o mundo e
um catálogo de 30 milhões de euros. Na modalidade paga, que custa 7,99 euros por mês, têm cerca de 15 milhões de clientes e uma das principais vantagens é a possibilidade de ouvir
as ‘playlists' seleccionadas ‘offline' no ‘smartphone'. Apesar do sucesso da plataforma alguns músicos têm retirado os seus discos do Spotify, devido ao valor reduzido que recebem por
disponibilizaro catálogo.
google play
A principal vantagem do Google Play é que junta a biblioteca de música do utilizador ao catálogo, sendo possível ouvir músicas que estão nos dois locais e fazer ‘ download' das músicas
da biblioteca pessoal para a aplicação e disponibilizá-las ‘offline'. A opção gratuita disponibiliza 50 mil músicas. Para ter acesso ao catálogo de 30 milhões de músicas já tem de se pagar.
O serviço custa 9,99 euros por mês. Outra característica diferenciadora é o facto de ter estações de rádio bem organizadas, sendo possível ver quais as músicas que estão programadas
para tocar e salvar essa estação como playlist'.
tidal
O mais recente serviço de música em ‘streaming', do ‘rapper' e produtor Jay-Z e apadrinhado por vários músicos - são 16 sócios como Madonna ou os Dafs Punk - tem sido alvo de
muitas críticas, por não estar a ter os resultados esperados. Captou cerca de 770 mil utilizadores num mês, abaixo das estimativas. O serviço ‘standard' custa 9,99 dólares e o ‘hi-fi'
19,99 dólares. A vantagem do Tidal é ter alguns conteúdos exclusivoscomo novos lançamentos ou canções que surgem em primeira mão na plataforma. Apesar das críticas, alguns
utilizadores louvam a elevada qualidade do som que o serviço disponibiliza.