FREQUÊNCIA SEXUAL
Cada pessoa exprime de forma singular a sua sexualidade. Algumas com o desejo mais aflorado, praticando sexo com mais frequência, outras nem tanto. É natural que tenhamos ritmos diferentes, seja no trabalho, no estudo ou no lazer. Não é uma questão de saúde, mas de diferenças que, quando dentro de um relacionamento, fazem com que muitos casais vivam um descompasso sexual, e até mesmo amoroso, pelo incomodo causado por tal divergência.
Não é raro que a preocupação com a quantidade faça com que se forçe uma situação, levando ao desgaste emocional, e desestimulando os parceiros. São muitos, principalmente os homens, que se sentem orgulhosos devido ao intenso desempenho sexual. Mas é preciso que se tenha claro que sexo não deve ser usado como termômetro da relação. Não é preciso ficar de olho nas estatísticas até porque o ritmo, dentro de um mesmo relacionamento, é flutuante.
Normalmente, são as mulheres que acabam cedendo à pressão relacionada à frequência sexual. E quando percebem o que aconteceu, o próprio desejo foi abalado e o sexo deixou de ser prazeroso. Isso acontece porque a cobrança torna a relação mais frágil ao gerar um ambiente de tem que: tem que ter desejo, tem que transar, tem que se envolver. É preciso substituir o tem que pelo a fim de. Para tanto, é necessário adequar o relacionamento a frequência sexual dos dois.
O outro precisa saber o que acontece com a sexualidade do parceiro. E, para isso, o melhor caminho ainda é o bom e velho diálogo, ou seja, valorizem o ‘papo cama’, buscando a intimidade, cumplicidade e o comprometimento com a relação, respeitando os limites e evitando o clima de cobrança. Além de, claro, encontrarem novas possibilidades de fazer da relação sexual gratificante e prazeorsa.
Claro que, ao buscar pela sintonia, alguns atritos podem acontecer, pode até mesmo ser difícil entender o que o outro propõe, mas é preciso permitir que o parceiro te conheça. Saiba que, de acordo com o estado emocional ou outros problemas, a frequência sexual tende a cair, mas também, a parte sexual pode não estar satisfatória devido à alguma questão do relacionamento de vocês. Assim, é importante que os parceiros saibam acender o desejo, mostrando interesse, sendo atencioso e cuidando da aparência e da higiene pessoal.
Além disso, o encantamento pode ter diminuído e talvez estejam com dificuldade de administrar as diferenças. Por outro lado, quando for possível respeitá-las, as dificuldades em conciliar horários, por exemplo, podem servir como estímulo extra para que os encontros sejam prazerosos, aumentando a oportunidade de aproveitar com mais vontade o tempo curto que os dois têm.
É preciso não só maturidade para entender as nuances como, também, não utilizar o sexo para suprir faltas, evitando assim os excessos. Uma pessoa que não extrai o prazer de outras fontes, normalmente demanda mais do sexo buscando a descarga por meio dessas relações a fim de compensar alguma carência. Mas enquanto algumas pensam que o relacionamento se resume ao sexo, outras se desinteressam totalmente pelo assunto.
Fato é que não existem regras. Assim, ao invés de ficar procurando pelo culpado, se é o outro, você, seu relacionamento ou as estatísticas, tenha em mente que o critério de saúde sexual é pessoal e íntimo. Importa, única e exclusivamente, a satisfação do casal. Sexo bom e sadio é aquele que vem sem hora ou quantidade pré determinada.
É difícil e até inaceitável o julgamento na tentativa de delimitar a frequência da realização dos desejos ou necessidades sexuais. Respeitando-se alguns princípios e patologias, que as diferenças possam ser respeitadas dentro inclusive dos relacionamentos, onde a frequência ideal seja ditada pela qualidade da transa e não pela quantidade de vezes que ela ocorre.