O líder parlamentar do BE defendeu esta sexta-feira que, se João Galamba "deliberadamente tentou mentir a uma comissão de inquérito, não pode continuar como ministro", exigindo explicações também do primeiro-ministro, António Costa, "em nome da democracia e da verdade".
"Se há um ministro [das Infraestruturas, João Galamba], que deliberadamente tentou mentir a uma comissão de inquérito não pode continuar com ministro. Se há acusações que o ministro quis faltar à verdade a uma comissão de inquérito, essas acusações têm que ter uma resposta clara e inequívoca por parte do Governo", disse aos jornalistas Pedro Filipe Soares.
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De acordo com o líder parlamentar bloquista, "o senhor ministro, o senhor primeiro-ministro são chamados a dar respostas em nome da democracia e em nome da verdade a este parlamento".
Em causa um conjunto de notícias que, segundo Pedro Filipe Soares, "demonstrou que existem acusações às quais o parlamento não pode ficar indiferente".
"Existe um computador que aparentemente terá informação relevante até para a comissão de inquérito para avaliar algumas das informações dadas à comissão de inquérito para avaliar se são verdadeiras ou se são falsas. Existem acusações dentro de um ministério sobre um ministro poder estar a faltar à verdade à comissão parlamentar de inquérito e da parte do Bloco de Esquerda é urgente termos respostas a todas estas questões", pediu.
Se o BE já defendia que "João Galamba devia dar explicações sobre o estado atual da TAP", agora tem também que "dar explicações sobre o Ministério das Infraestruturas que lidera" porque "todo este caso é demasiado grave para se deixar que passe como a espuma dos dias".
"O governo não pode fugir às suas responsabilidades, o ministro não pode ter uma intenção de mentir numa comissão parlamentar de inquérito", enfatizou.
O PSD considerou hoje que o ministro das Infraestruturas não tem condições para continuar em funções caso se confirme que quis omitir à comissão parlamentar de inquérito à TAP informação sobre uma reunião com a anterior presidente-executiva da companhia.
O adjunto do Gabinete do ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro, foi exonerado na quarta-feira, por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades" inerentes ao exercício das funções, confirmou hoje à Lusa fonte oficial.
Numa nota divulgada esta tarde a alguns órgãos de comunicação, Frederico Pinheiro refere ter tirado notas da reunião entre o PS, assessores do Governo e a anterior presidente-executiva da TAP, um dia antes de ser ouvida no parlamento em janeiro, e que "ficou indicado que, em caso de requerimento pela Comissão Parlamentar de Inquérito, as notas não seriam partilhadas por serem um documento informal".