Apesar de uma trégua oficial de 72 horas terminar ontem, o 13.º dia de confrontos entre as forças leais ao presidente de facto do Sudão, general Abdel Fatah al Durhan, e o grupo rival Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), do general Mohamed Hamdan Daglo, Cartum e outras localidades amanheceram ao som de bombardeamentos aéreos e de disparos de artilharia, que já fizeram pelo menos 512 mortos e 4200 feridos.
Os combates, desencadeados no dia 15, centram-se especialmente em pontos vitais da capital, como o palácio presidencial e o quartel-general das Forças Armadas, e continuam a alastrar a outras localidades, como Bahari e o subúrbio de Kafouri, nos arredores de Cartum, onde estão as principais posições das RSF, bem como Omdurman e também a outras regiões, especialmente na zona Oeste de Darfur, considerada bastião das tropas de Daglo.
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Os generais Durhan e Daglo comandaram o golpe que, em abril de 2019, depôs Omar al Bashir, na sequência da pressão popular nas ruas, e, em 2021, derrubaram juntos o Governo civil, suspendendo a transição democrática. Agora, enfrentam-se devido a divergências quanto à integração das RSF nas Forças Armadas.