O chefe da diplomacia europeia anunciou que esta segunda-feira, até ao final do dia, serão retirados mais 1200 cidadãos europeus do Sudão, na sequência do conflito entre os militares e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.
Em conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), no Luxemburgo, Josep Borrell anunciou que no domingo houve 11 voos de Estados-membros para retirar cidadãos europeus do país e houve "mais 20 hoje".
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"Haverá mais de 1200 cidadãos [de Estados-membros da UE] retirados até ao final do dia de hoje", anunciou o alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros.
Contudo, Borrell reconheceu que "no futuro é preciso aumentar a coordenação" entre os Estados-membros em situações como esta: "Como assegurar a segurança de um aeroporto [...], precisamos de uma ação mais integrada, não só coordenada".
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, disse que dos 22 portugueses que se encontravam no Sudão, 21 manifestaram a intenção de sair e apenas um optou por ficar no país africano.
Gomes Cravinho esclareceu que há várias missões de retirada de pessoas do Sudão, nas quais estão a sair cidadãos portugueses.
Os violentos combates no Sudão opõem forças do general Abdel Fattah al-Burhan, líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O balanço provisório do conflito indica que há mais de 420 mortos e 3700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os confrontos começaram devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das RSF no exército, parte do processo político para a democracia no Sudão após o golpe de Estado de 2021.