Especialistas do ministério da Saúde do Japão aprovaram, na sexta-feira, a primeira pílula abortiva no país. A decisão exige ainda aprovação final do ministro da tutela.
O ministério da Saúde do Japão concedeu, na sexta-feira, a aprovação da MeFeego, uma pílula abortiva fabricada pela farmacêutica britânica Linepharma. O sinal verde surge depois de especialistas da pasta da Saúde terem-se reunido, em janeiro, para avaliarem a eventual aprovação do medicamento, ainda antes de o ministério ter pedido ao público que partilhasse a opinião numa plataforma online sobre o fármaco.
A pílula, que se divide em dois tipos - mifepristona e misoprostol -, poderá ser usada até às nove semanas de gravidez e é descrita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "segura" e "eficaz" para gestantes.
O medicamento, cuja aprovação final está ainda dependente do ministro da Saúde, será uma alternativa aos métodos cirúrgicos, que permitem a cessação da gravidez, que até hoje são o único método abortivo existente no Japão, e que é possível apenas em caso de abuso sexual ou se a gravidez prejudicar a saúde física da gestante.
Segundo a OMS, a curetagem, um dos métodos cirúrgicos de interrupção da gravidez, é um meio "obsoleto, menos seguro e mais doloroso". A organização apela a que este método seja substituído pela ingestão de medicamentos, como pílulas abortivas.
Esta nova medida ocorre após anos de protestos pelo aborto, direitos reprodutivos e pela aprovação de pílulas abortivas levados a cabo por ativistas japonesas.