Faleceu Olga Vasconcelos, antiga jornalista do JN e a primeira mulher jornalista nas redações do Porto. Foi, também, a primeira mulher em Portugal membro do Instituto Internacional de Imprensa, seguindo-se a Francisco Pinto Balsemão. Tinha 79 anos e não resistiu a doença prolongada.
As cerimónias fúnebres decorrem hoje, a partir das 10.30 horas, na Igreja do Foco, no Porto. O corpo segue, depois, para o Cemitério do Prado do Repouso.
Olga Vasconcelos era casada com Fernando Martins, ex-diretor adjunto do JN, com quem teve cinco filhos. Sempre "atenta à realidade", gostava "muito de reportagens e o noticiário internacional também a atraía muito", recorda o marido, salientando o pioneirismo da esposa. "Parece que já tinha no sangue ser uma pioneira. Foi a primeira mulher jornalista no Porto e a mãe foi a primeira mulher a advogar no Porto".
Ela "gostava imenso de ler e, a determinada altura, ainda adolescente, começou a colaborar com um suplemento que o Diário de Lisboa tinha, O Juvenil. E apaixonou-se pelo jornalismo", conta Fernando Martins.
A primeira mulher jornalista no Porto ainda cursou Direito (estava no quarto ano e só ficaram por completar duas cadeiras), antes de se render à profissão. Entrou no Jornal de Notícias em 1971, "ainda no tempo da censura, em que a informação era muito controlada", após frequentar um pequeno estágio no jornal brasileiro O Globo, no Rio de Janeiro.
"Não foi fácil, mas não teve grandes problemas. A nossa redação era muito sui generis, era muito, como se diz agora, resiliente", diz Fernando Martins.