O primeiro transplante de pâncreas em Portugal foi realizado há 30 anos nos hospitais da Universidade de Coimbra, por uma equipa liderada pelo cirurgião Linhares Furtado. Desde então, fizeram-se mais de 430 transplantes pancreáticos no país. No ano passado, foram 25, segundo dados provisórios cedidos ao JN pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).
Os dados de 2022 ainda estão a ser confirmados e analisados, disse o instituto, adiantando que o Centro Hospitalar e Universitário Santo António, no Porto, terá feito nove transplantes de pâncreas e o Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Central (Hospital Curry Cabral) um total de 16. Os dados relativos à lista de espera para transplante de pâncreas no final de 2022 ainda estão em atualização, adiantou o IPST.
Apesar de ter começado nos hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) em 1993 - com um transplante de rim e pâncreas em simultâneo - não foi ali que o procedimento ganhou asas. Entre 1993 e 1995, essas unidades realizaram três transplantes de pâncreas. No ano 2000, o Hospital de Santo António assinalou o primeiro transplante de pâncreas e, sete anos depois, o Hospital Curry Cabral seguiu-lhe as pisadas, segundo um registo disponível na página da Sociedade Portuguesa de Transplantação.
Entre 2000 e 2017, a unidade do Porto fez 222 transplantes de pâncreas e a de Lisboa 78. A maioria foi transplantes de rim e pâncreas em simultâneo (283) e a minoria foi transplantes de pâncreas, depois do rim.
De acordo com os relatórios do IPST, entre 2018 e 2021, efetuaram-se 109 transplantes de pâncreas, o que dá um total de 434 desde 1993.
É o órgão menos transplantado de todos
Os transplantes do pâncreas são geralmente feitos em paciente com doença grave de diabetes, mas são os menos comuns na atividade da transplantação nacional. Segundo dados do IPST, em 2021 realizaram-se 22 transplantes pancreáticos, 49 cardíacos, 64 pulmonares, 211 hepáticos e 451 transplantes renais.