Morreu, aos 81 anos, a escritora e jornalista portuguesa Maria Antónia Fiadeiro, ativista da causa feminista e que lutou pela despenalização do aborto em Portugal.
Em comunicado, a ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, escreveu que "Maria Antónia Fiadeiro foi um exemplo no modo como se dedicou à defesa dos direitos das mulheres, mas também em áreas de estudo ligadas às migrações e relações interculturais".
A ministra lembrou que numa entrevista ao "Público", em 2020, a jornalista dizia que queria ser recordada como "uma mulher que trabalhou toda a vida" e "que se interessou toda a vida pelas mulheres. Mas não sempre da mesma maneira. Foi variando conforme os temas mais crus. Por exemplo, no tempo do aborto: era o último recurso, mas no fundo era o primeiro".
"Sabendo que não devemos tomar todos os direitos como garantidos para sempre, por haver quem insista em reduzir a condição da mulher, devemos ter presente o exemplo maior da vida e obra de Maria Antónia Fiadeiro", escreveu a ministra, apresentando as condolências à família e amigos.
A morte da jornalista foi participada pela editora Caixa Alta nas redes sociais, classificando Maria Antónia Fiadeiro como "exemplo de inteligência, bravura e sensibilidade".
"O legado que nos deixa não cabe nas páginas de tudo o que escreveu, nas palavras que esgrimia com perícia e argúcia, nem em tudo o que fez em prol das mulheres em Portugal ou nas obras artísticas que inspirou e aplaudiu", lê-se na publicação.