A Ordem dos Médicos está preocupada com a "incapacidade" do Ministério da Saúde em contratar os recém-especialistas que se formaram este mês. Quanto mais demorar a publicação do mapa de vagas, maior o risco de saídas para o setor privado.
Em comunicado, Carlos Cortes alerta para a necessidade de se contratarem rapidamente os cerca de 1310 especialistas que fizeram o exame final de especialidade na primeira época deste ano.
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"São notórias as dificuldades que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a atravessar, nomeadamente em recursos humanos médicos", refere Carlos Cortes, adiantando que entre os candidatos há 355 médicos de família, 159 internistas, 66 anestesiologistas, 28 ginecologistas/ obstetras, 38 cirurgiões gerais, 22 médicos de Saúde Pública, 33 pneumologistas, 13 intensivistas, 72 pediatras, 16 infeciologistas, 21 neurologistas, 18 oftalmologistas e 48 psiquiatras, entre outras especialidades.
"É urgente contratar estes médicos que fazem falta no SNS", refere o bastonário, realçando ter conhecimento de que as unidades privadas já estão a convidar e a preparar processos de recrutamento.
"Enquanto isso, o SNS continua a definhar à espera das vagas, sem nenhuma capacidade competitiva", acentua, lembrando que, durante este período, os médicos já especialistas permanecem no SNS, mas com contrato como médicos internos, situação "verdadeiramente imoral".
Refira-se que o mapa de vagas é o instrumento que permite fixar os novos especialistas no SNS.
Bastonário pede "ação urgente e consequente"
Em comunicado, Carlos Cortes exorta o Ministério da Saúde à "ação urgente e consequente" e a "não se ficar pelas palavras e promessas, de forma a fixar estes especialistas no SNS o mais rapidamente possível, garantindo uma resposta com planeamento a médio e longo prazo".
O bastonário lamenta que, todos os anos, os jovens médicos fiquem a aguardar "a arrastada abertura de concursos".
E lembra que no ano passado, o processo foi desencadeado mais de dois meses depois de concluírem a formação.
"Além dos atrasos na contratação de médicos especialistas há outra preocupação que os responsáveis políticos têm que acautelar: a distribuição correta das vagas pelo país", acrescenta o bastonário.