A Diocese de Viseu anunciou esta quinta-feira que já tinha conhecimento dos cinco padres denunciados por abuso sexual de menores referidos pela Comissão Independente responsável pela investigação.
Num comunicado publicado no site oficial da diocese, o bispo de Viseu, António Luciano Costa, referiu que os cinco casos já eram do seu conhecimento "e já tinham sido tratados segundo as normas aplicáveis, quer a nível canónico, quer a nível civil, tendo também sido entregues ao Ministério Público".
Não é claro, contudo, se os sacerdotes em questão foram afastados dos cargos.
Na mesma nota, a diocese "renova o pedido de perdão a todas as vítimas de qualquer abuso na Igreja e expressa o compromisso de todo o cuidado e apoio às mesmas".
Além disso, António Costa garante que "as famílias devem saber que a Igreja não poupa esforços para tutelar os seus filhos e têm o direito de se dirigir a ela com plena confiança, porque é uma casa segura."
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.
Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.
No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais "devem ser entendidos como a 'ponta do iceberg'" deste fenómeno.
A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.