O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, advertiu, este domingo, que a China está a estudar a possibilidade de fornecer armas e munições à Rússia.
"Até ao momento, empresas chinesas [...] fornecerem apoio não letal à Rússia para uso na Ucrânia. Agora estamos preocupados com a informação de que eles estão a considerar fornecer apoio letal", disse, afirmou, numa entrevista à CBS, sublinhando que a situação poderá ter "sérias consequências".
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Blinken explicou que se reuniu no sábado, em Munique, com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, a quem transmitiu a "profunda preocupação" dos Estados Unidos da América (EUA) sobre "a possibilidade de a China fornecer armas letais à Rússia".
Pequim chegou a negar que Moscovo tenha solicitado o fornecimento de material militar chinês e reiterou a sua posição de neutralidade em relação ao conflito armado na Ucrânia com recorrentes apelos à paz.
No entanto, Washington já sancionou uma empresa chinesa por fornecer imagens de satélite da Ucrânia ao grupo mercenário russo Wagner, que está a contribuir com milhares de combatentes para a guerra.
Antony Blinken destacou que "obviamente na China não há distinção entre empresas privadas e o Estado".
Se essa entrega de armas ocorrer, acrescentou, causará "um problema sério" para os EUA e para o seu relacionamento com a China, um vínculo que ficou afetado recentemente após um balão alegadamente "espião" chinês ter sido derrubado pelos Estados Unidos.
O balão foi localizado no final de janeiro no espaço aéreo norte-americano e foi abatido sobre as águas do Atlântico em 04 de fevereiro.
Dias antes sobrevoara diversas áreas dos Estados Unidos, como o estado de Montana (noroeste do país), onde fica um dos três campos de silos de mísseis nucleares existentes nos Estados Unidos, mas Pequim alega que o balão atravessou acidentalmente o território dos EUA.
O secretário de Estado norte-americano manifestou ainda receio de que a China ajude a Rússia a escapar das sanções económicas ocidentais, uma vez que o comércio bilateral entre os dois países continua a aumentar e Pequim continua a comprar petróleo, gás e carvão da Moscovo.