O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, admitiu ter dúvidas sobre o envio de aviões de combate para a Ucrânia, devido às "complicações" que tal acarreta, manifestando-se, no entanto, disposto a apoiar outros países que o decidam fazer.
"Toda a gente sabe que há complicações no fornecimento de certo tipo de aviões, por tudo o que isso implica. Mas sempre deixámos claro que, se outros países puderem enviar aviões imediatamente, o Reino Unido terá todo o gosto em apoiar", afirmou Rishi Sunak, citado pela Europa Press, durante a Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
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Alguns especialistas defenderam que os aviões da Força Aérea do Reino Unido (RAF) estão mal equipados para a guerra. Os aviões polacos, mais parecidos com os jatos ucranianos da era soviética, são vistos por alguns setores como aptos para serem usados no combate, antes das aeronaves britânicas.
Quando foi perguntado a Rishi Sunak se tinha falado com o primeiro-ministro polaco sobre o fornecimento de aviões à Ucrânia, durante as conversações à margem da Conferência de Segurança de Munique, o primeiro-ministro britânico aludiu à sua opinião anterior sobre o assunto.
Anteriormente, Sunak insistiu na ideia de que a Rússia deve pagar pelos seus "repugnantes crimes de guerra".
"Devemos ver justiça através do Tribunal Penal Internacional pelos seus crimes, seja em Bucha, Irpin, Mariupol ou outros locais, e a Rússia também deve ser responsabilizada pela terrível destruição que provocou", afirmou.
Rishi Sunak tem apostado em continuar a enviar armamento para a Ucrânia e a apoiar Kiev nas estratégias de guerra, consideradas pela Rússia uma intensificação do conflito, como por exemplo, o lançamento de uma ofensiva na Crimeia, incorporada na Rússia em 2014.
No entendimento do chefe do Governo britânico, esta operação será "um contra-ataque para expulsar a Rússia de território ucraniano e, portanto, completamente razoável".
Mais tarde, Sunak insistiu na necessidade da entrada da Ucrânia na NATO e expressou o seu desejo de que as conversações terminem este verão.
"Temos que pensar no futuro quando se trata de proteger a Ucrânia e a cimeira da NATO em Vilnius [capital da Lituânia] é um bom local para terminar as conversações", referiu, em declarações à agência Bloomberg.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).